São Paulo, terça-feira, 01 de junho de 2010

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Polícia quer ouvir Adriano sobre fotos com "armas"

Ex-jogador do Flamengo é chamado a depor sobre suposto elo com tráfico

DIANA BRITO
DO RIO

O atacante Adriano não compareceu ontem à 38ª DP (Brás de Pina) para prestar esclarecimentos sobre suposta ligação com pessoas relacionadas à quadrilha de Fabiano Atanásio da Silva, o FB, 34, chefe do tráfico de drogas da Vila Cruzeiro.
Uma segunda notificação foi expedida para que o jogador se apresente até amanhã.
De acordo com o delegado Luiz Alberto de Andrade, o advogado do jogador, Adilson Fernandes, disse que Adriano não foi à delegacia "por questões pessoais", mas não explicou quais seriam.
O ex-atleta do Flamengo viajará no domingo para a Itália, onde defenderá a Roma. Por isso, o delegado afirmou que poderá usar "de prerrogativas legais" para fazê-lo ir à delegacia.
"Ele não é indiciado, por isso não vamos expedir mandado de prisão. Mas acho conveniente que se apresente para mostrar que não tem envolvimento com o caso que estamos investigando", afirmou Andrade.
Do inquérito constam fotos nas quais o jogador aparece fazendo o símbolo do Comando Vermelho e segurando o que parece ser uma arma. A seu lado nas duas fotos está o volante Ives Antero de Souza, 24, do Paraná Clube, repetindo os gestos.
A polícia investiga se as fotos podem ser consideradas apologia ao tráfico.
De acordo com Gilmar Rinaldi, empresário de Adriano, a suposta arma empunhada pelo atleta é uma pistola de paintball. Ives exibiria a base de um abajur, em formato de arma, ainda de acordo com o empresário. As fotos teriam sido feitas em Milão, onde Adriano morava.
A arma dourada exibida por Ives é semelhante à linha de luminárias criadas em 2008 por Philippe Starck.
O designer usa reproduções de pistolas Beretta e fuzis AK-47 (como o da foto) como suporte para as cúpulas dos abajures.
No site norte-americano www.unicahome.com, um abajur de mesa com base imitando um fuzil AK-47 dourado custa US$ 1.756 (o equivalente a R$ 3.188).
Em reportagem apresentada ontem no "RJTV", a TV Globo informou que há alguns meses teve acesso às fotografias que aparecem no inquérito, enviou equipe à casa de Adriano e concluiu que as armas eram falsas.
De acordo com Rinaldi, as fotos teriam sido usadas em 2007, em uma tentativa de extorsão sofrida pelo jogador. Depois, com o fracasso da tentativa, teriam sido entregues à polícia.


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