|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Inglaterra vai à guerra sem Churchill
Eriksson usa líder inglês como exemplo do que não usará para motivar seus atletas, após ser comparado com Scolari
Treinador afirma gostar de colega brasileiro, mas diz que não chega a admirá-lo nem se sente em um desafio pessoal quando o enfrenta
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A GELSENKIRCHEN
A Inglaterra está pronta para
a guerra contra Portugal hoje,
em Gelsenkirchen, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo,
mas não terá para isso a inspiração de um de seus maiores líderes, o premiê Winston Churchill (1874-1965).
Ontem, Sven-Göran Eriksson, técnico da equipe, que é
criticado por não ser motivador
como Luiz Felipe Scolari, desarmou a imprensa inglesa ao
não levantar a bandeira do lendário político e autor.
""Inspiro sim os jogadores.
Serei o que sempre tenho sido.
Não vou ler Winston Churchill
hoje à noite [ontem à noite]
nem tentarei ser ele", afirmou o
treinador sueco, que pode se
despedir hoje do English Team.
Churchill ficou famoso como
premiê britânico na Segunda
Guerra Mundial, mas ganhou o
Prêmio Nobel de Literatura
por suas memórias de guerra e
seu trabalho jornalístico. É o líder moderno dos ingleses.
Eriksson teve que responder
ontem até sobre sua falta de
pulso na derrota de 2 a 1 para o
Brasil nas quartas-de-final da
Copa passada. Segundo Gareth
Southgate, ex-jogador da seleção que hoje é manager do Middlesbrough, Eriksson teria passado pouca inspiração ao time
no intervalo daquele jogo.
""Falei no intervalo contra o
Brasil, era isso o que Southgate
esperava? Não sei o que dizer
dessa história hoje. Tudo depende de como o jogo está e de
como atuamos nos primeiros
45 minutos", disse Eriksson
-em 2002, a Inglaterra saiu na
frente e foi para o vestiário com
um empate, mas levou a virada.
Para hoje, se Scolari esconde
a escalação de Cristiano Ronaldo, Eriksson decidiu ontem
deixar as armas à mostra. O
meia Frank Lampard sentia
dores no tornozelo, mas foi
confirmado no jogo. O lateral
Gary Neville também ficou sabendo que vai para a batalha.
""Ele está bem e irá jogar",
respondeu o sueco tanto sobre
Lampard quanto sobre Neville.
Hargreaves atuará no meio,
com Rooney sozinho na frente.
O estilo de jogo também está
claro. ""Não mando meus jogadores a campo falando para eles
jogarem feio. Somos um time
forte, queremos dar carrinhos,
mas temos fair play, como Portugal. Não estou completamente feliz com a forma que estamos jogando, mas estou feliz
com os resultados", disse o comandante do English Team,
que tem buscado passar otimismo à imprensa e à torcida.
O sueco teve mais uma vez
que responder sobre o duelo
com Scolari. Foi indagado se
gostava dele e se o admirava.
"Gosto dele. Admirá-lo? Aí já
é demais. Eu o respeito, venceu
uma Copa com o Brasil. Mas
não é Eriksson x Scolari, é Inglaterra x Portugal. Não penso
que minha reputação está em
jogo [se perder]. Tenho 30 anos
de trabalho no futebol."
Se Felipão pensa em fazer do
estádio de Gelsenkirchen uma
""Bombonera", que ele fique sabendo que seu rival está muito
satisfeito com o campo e bem
adaptado à moderna arena.
""Estou muito feliz porque o
estádio é frio, evita o sol [seu teto estará fechado]. Será bom
para nós. E para Portugal", disse ele, satisfeito por seu time
não sofrer com o calor alemão
-o jogo começa às 17h locais.
Depois do primeiro jogo, a
Inglaterra reclamou do excesso
de calor e pediu mais água em
campo para os jogadores. Contra o Equador, nas oitavas, a alta temperatura levou o capitão
Beckham a passar mal e vomitar em campo.
NA TV - Inglaterra x Portugal
Globo, Bandsports, Sportv, Directv
e ESPN Brasil, ao vivo, às 12h
Texto Anterior: 0 a 0: Duelo de hoje opõe técnicos conhecidos como "reis" do empate Próximo Texto: English Team teme mais pênaltis do que brasileiro Índice
|