São Paulo, terça-feira, 01 de julho de 2008

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plano de saúde

Médico banca e "escala" o Fluminense

Presidente da empresa que patrocina o finalista da Libertadores contrata, paga salários e tem acesso direto ao treinador

Celso Barros, que levou a Unimed ao clube em 1999, disse ter tido uma conversa "braba" com Renato Gaúcho após derrota no Equador

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

Com a ajuda dos milhões da Unimed, o médico Celso Barros é praticamente o dono do futebol do Fluminense. Presidente da empresa que patrocina o clube há quase dez anos, ele comanda a parceria desde o início e, nesse período, ganhou amplos poderes nas Laranjeiras.
Atualmente, ele contrata, paga o salário dos jogadores e discute até mesmo a escalação com os dirigentes do clube e o técnico Renato Gaúcho.
Torcedor apaixonado do Fluminense, o médico é uma espécie de mecenas do clube. Só nesta temporada, a cooperativa de saúde baseada no Rio investirá R$ 20 milhões no futebol.
"Todos sabem que sou tricolor. Espero comemorar muito com a torcida e os jogadores, na quarta, no Maracanã", disse Barros, 57, referindo-se à decisão de amanhã da Libertadores contra a LDU, do Equador.
Os cariocas precisam vencer por pelo menos três gols de diferença para conseguir, no tempo normal, o título inédito do torneio continental. Na semana passada, a LDU surpreendeu ao ganhar do Fluminense, por 4 a 2, em Quito.
Se o Fluminense conseguir triunfar por dois gols de diferença no Maracanã, a finalíssima será decidida na prorrogação. Em caso de empate no tempo extra, o troféu será conquistado pelo vencedor da disputa de pênaltis.
Às vésperas da decisão, Barros conversa, por telefone, várias vezes com Renato Gaúcho.
""Agora mesmo acabei de falar com ele. Tivemos uma conversa meio braba por causa do resultado [do jogo de ida], mas tenho certeza da vitória no Rio", afirmou o médico, que gosta de dar seus palpites sobre a escalação da equipe.
""Falo sempre o que penso. Gosto de dar a minha opinião, mas quem escala a equipe é o Renato", acrescentou.
Todas as contratações do clube passam pelo aval de Barros. A chegada de Washington, Dodô e Conca ao tricolor e as permanências do zagueiro Thiago Silva e do meia Thiago Neves foram aprovadas pelo presidente da Unimed. O salário deles também. ""Claro que discuto tudo", afirmou o médico.
Segundo Barros, a Unimed não repassa o dinheiro aos cofres do Fluminense. A empresa paga a maior parte do salário dos atletas. ""Preferimos assim. Fazemos e bancamos o contrato de direito de imagem de quase todos. Acho que essa é a melhor forma de ajudar o Fluminense", declarou ele.
De acordo com o balanço do ano passado publicado pela diretoria, o déficit do clube é de R$ 139 milhões.
A Unimed começou a investir no Fluminense em 1999. Na época, o clube amargava a maior crise da história e disputava a Série C do Brasileiro.
""Pegamos o Fluminense em baixa. No início, pagávamos o salário da comissão técnica, que tinha o [treinador Carlos Alberto] Parreira e vários profissionais famosos. O tempo mostrou que a parceria foi boa", afirmou o médico.
"Estamos em mais uma final. Além do resultado esportivo, o retorno para a empresa foi ótimo. Éramos os terceiros no mercado carioca há dez anos. Agora, somos os primeiros. Valeu a pena", concluiu Barros.


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