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Técnico da Holanda é como Dunga
Van Marwijk chegou ao comando da seleção pela atitude e perfil sério
Olaf Kraak/France Presse
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Holandeses durante pausa no treino de ontem
DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO
Para deixar de ser uma
eterna promessa e, enfim, ganhar sua primeira Copa do
Mundo, a Holanda resolveu
acabar com a vaidade que vinha do banco de reservas.
Ao apostar no desconhecido Bert van Marwijk, de 58
anos, a federação holandesa
quebrou uma tradição de
anos de estrelas comandando a seleção laranja.
Ele nem de longe carrega a
fama de antecessores como
Guus Hiddink, Dick Advocaat, Louis van Gaal, Marco
van Basten e Frank Rijkaard,
que brilharam em grandes
equipes europeias.
Van Marwijk foi um jogador mediano que construiu
sua carreira no modesto
Maastricht, onde jogou a
maior parte dos 18 anos em
que foi atleta. Fez 390 jogos
pelo Campeonato Holandês e
foi convocado apenas uma
vez para defender a seleção.
Foi no próprio Maastricht
que ele iniciou a carreira como treinador, no início da década de 90. Desde então, passou por outros cinco clubes
do país, além do Borussia
Dortmund, da Alemanha,
entre 2004 e 2006.
Seu único triunfo expressivo foi a Copa da Uefa, com o
Feyenoord, em 2002.
O currículo modesto, evidente, não foi o que levou
Van Marwijk ao comando
dos "laranjas", mas sim sua
atitude e seu perfil sério.
Van Marwijk é conhecido
por ser muito acessível e
atencioso com os jogadores.
Sogro de Van Bommel, um
dos expoentes do time, ele
também não demonstra a
vaidade de alguns de seus
antecessores. Uma das principais reclamações no país
era a de que os "técnicos astros" gostavam de aparecer
mais do que os jogadores.
FUTEBOL DE RESULTADO
Não seria exagero dizer
que Van Marwijk é uma versão holandesa de Dunga.
Depois da Eurocopa de
2008, ele chegou para mudar
a mentalidade da seleção
"que sempre joga bonito,
mas que nunca vence".
O lema agora é semelhante
ao do atual técnico do Brasil:
o que importa é resultado,
mesmo sacrificando o futebol que "enche os olhos".
Ao contrário de seus antecessores famosos, que sempre priorizaram o jogo ofensivo, Van Marwijk tem tido
uma atenção especial com o
sistema defensivo. Tanto que
os holandeses, em 25 jogos,
sofreram apenas 15 gols.
Na África do Sul, foram vazados apenas duas vezes
-em cobranças de pênaltis.
O ataque, entretanto, não
chega a uma média de dois
gols por partida, contrariando o histórico poder ofensivo
das equipes holandesas.
"Nossa defesa fez um
grande trabalho até agora.
Heitinga, Van Bronckhorst e
Stekelenburg estão muito
bem. Estamos melhorando
em todos os aspectos", afirmou Van Marwijk, aparentemente satisfeito com a performance do ataque.
(EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ,
PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)
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