São Paulo, quinta-feira, 01 de julho de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Técnico da Holanda é como Dunga

Van Marwijk chegou ao comando da seleção pela atitude e perfil sério

Olaf Kraak/France Presse
Holandeses durante pausa no treino de ontem

DOS ENVIADOS A JOHANNESBURGO

Para deixar de ser uma eterna promessa e, enfim, ganhar sua primeira Copa do Mundo, a Holanda resolveu acabar com a vaidade que vinha do banco de reservas.
Ao apostar no desconhecido Bert van Marwijk, de 58 anos, a federação holandesa quebrou uma tradição de anos de estrelas comandando a seleção laranja.
Ele nem de longe carrega a fama de antecessores como Guus Hiddink, Dick Advocaat, Louis van Gaal, Marco van Basten e Frank Rijkaard, que brilharam em grandes equipes europeias.
Van Marwijk foi um jogador mediano que construiu sua carreira no modesto Maastricht, onde jogou a maior parte dos 18 anos em que foi atleta. Fez 390 jogos pelo Campeonato Holandês e foi convocado apenas uma vez para defender a seleção.
Foi no próprio Maastricht que ele iniciou a carreira como treinador, no início da década de 90. Desde então, passou por outros cinco clubes do país, além do Borussia Dortmund, da Alemanha, entre 2004 e 2006.
Seu único triunfo expressivo foi a Copa da Uefa, com o Feyenoord, em 2002.
O currículo modesto, evidente, não foi o que levou Van Marwijk ao comando dos "laranjas", mas sim sua atitude e seu perfil sério.
Van Marwijk é conhecido por ser muito acessível e atencioso com os jogadores.
Sogro de Van Bommel, um dos expoentes do time, ele também não demonstra a vaidade de alguns de seus antecessores. Uma das principais reclamações no país era a de que os "técnicos astros" gostavam de aparecer mais do que os jogadores.

FUTEBOL DE RESULTADO
Não seria exagero dizer que Van Marwijk é uma versão holandesa de Dunga.
Depois da Eurocopa de 2008, ele chegou para mudar a mentalidade da seleção "que sempre joga bonito, mas que nunca vence".
O lema agora é semelhante ao do atual técnico do Brasil: o que importa é resultado, mesmo sacrificando o futebol que "enche os olhos".
Ao contrário de seus antecessores famosos, que sempre priorizaram o jogo ofensivo, Van Marwijk tem tido uma atenção especial com o sistema defensivo. Tanto que os holandeses, em 25 jogos, sofreram apenas 15 gols.
Na África do Sul, foram vazados apenas duas vezes -em cobranças de pênaltis.
O ataque, entretanto, não chega a uma média de dois gols por partida, contrariando o histórico poder ofensivo das equipes holandesas.
"Nossa defesa fez um grande trabalho até agora. Heitinga, Van Bronckhorst e Stekelenburg estão muito bem. Estamos melhorando em todos os aspectos", afirmou Van Marwijk, aparentemente satisfeito com a performance do ataque. (EDUARDO ARRUDA, MARTÍN FERNANDEZ, PAULO COBOS E SÉRGIO RANGEL)


Texto Anterior: Juca Kfouri: Blatter pensa no jogo
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.