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Cambista ignora ágio em bilhetes
Em postos oficiais da Fifa, ingressos
para jogo do Brasil estão esgotados
DO ENVIADO A PORT ELIZABETH
Os cambistas atuavam livremente em shoppings,
praias e hotéis de Port Elizabeth. Até dentro do avião que
chegava à bela cidade litorânea era possível presenciar a
negociação de ingressos para
o jogo da seleção brasileira
contra a Holanda, amanhã.
Com o Brasil jogando no
menor estádio das quartas de
final, os torcedores brasileiros foram obrigados a apelar
para os cambistas.
Oficialmente, os ingressos
para Brasil x Holanda já se
esgotaram há dois dias nos
pontos de venda da Fifa em
Port Elizabeth. A capacidade
do estádio Nelson Mandela
Bay é de 46.082 torcedores.
Sem muito o que fazer para garantir uma vaga na arquibancada, brasileiros compraram ontem os seus ingressos com cambistas.
""Viemos sem nada garantido, mas estamos nos virando. Seria uma frustração
enorme ficar do lado de fora", disse o empresário mineiro Eulerson Angelo Rodrigues, 45, que assiste pela terceira vez a uma Copa.
"O bom é que o ágio praticamente não existe. Acho
que eles estão com muitos ingressos na mão", acrescentou ele, que pagou cerca de
US$ 400 por dois ingressos
no setor mais popular do estádio. O preço de bilheteria
da entrada é US$ 150.
Rodrigues já havia gasto
cerca de US$ 300 num ingresso para o camarote do
Ellis Park no jogo contra o
Chile, na segunda. O bilhete
é somente para convidados
da Fifa, mas foi vendido por
um cambista na porta do estádio em Johannesburgo.
O paulista Miguel Mattos,
31, teve mais sorte. Ele pagou
apenas US$ 10 de ágio pelo
ingresso para a quinta partida da seleção na Copa.
""Foi fácil. Ao chegar ao hotel, um funcionário me apontou um cambista de plantão,
e negociei o preço bem rápido. Só fico intrigado: como
pode o ingresso ter acabado
nas bilheterias e ser vendido
tão barato?", disse o comerciante de Campinas, que está
em seu segundo Mundial.
A repressão praticamente
não existe contra os cambistas em Port Elizabeth, uma
das cidades mais bonitas do
litoral da África do Sul.
Ontem, a Folha presenciou um cambista brasileiro
oferecendo ingressos por cerca de US$ 1.000 para passageiros de um voo que deixou
Johannesburgo rumo a Port
Elizabeth.
(SÉRGIO RANGEL)
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