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Austrália é acusada de subornar a Fifa para receber a Copa-2022
Federação deu colares de pérolas a comitê que escolherá a sede
DO ENVIADO A JOHANNESBURGO
Uma acusação de tentativa de corrupção envolvendo
a Austrália atinge a escolha
da sede da Copa de 2022. A Fifa afirmou ter iniciado investigação sobre esse tema.
O jornal australiano "The
Age" revelou que o comitê de
candidatura do país gastou
com presentes, viagens e
projetos de membros do comitê da Fifa que escolhe onde será o Mundial.
Segundo documentos da
FFA (Federação de Futebol
Australiana), obtidos pelo
jornal, a sua campanha comprou colares de pérolas para
mulheres dos 24 integrantes
da cúpula da entidade organizadora da Copa.
Foram dados em 2008, em
reunião dos australianos
com cartolas da Fifa, antes
do início oficial do processo
de candidatura. No total,
gastou-se US$ 50 mil.
Questionada, a FFA confirmou ter dado agrados aos dirigentes, mas não informou o
preço desses. "É aceito, prática comum entre governos,
organização e negócios esportivos dar presentes simbólicos", afirmou o executivo-chefe da federação, Ben
Buckley, que disse que isso
segue as regras da Fifa.
A FFA ainda fez convites a
todos os membros do comitê
de viagens pagas para o país.
O objetivo era conhecer as
instalações esportivas do
país. Nenhum foi até agora.
Um time sub-20 de Trinidad e Tobago, país de Jack
Warner, um dos membros do
comitê executivo, teve viagens pagas pela FFA.
O balanço da candidatura
australiana prevê gastos de
US$ 6,5 milhões em projetos
de futebol em outros países.
Boa parte desse dinheiro
sai do governo australiano,
que diz não ver ilegalidade.
À Folha a Fifa informou
que está analisando esse caso, mas que, no momento,
não pode dar mais informações.
(RODRIGO MATTOS)
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