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Na estrada
Descentralizada, Copa América segue tendência do futebol argentino, que vê ascensão de times do interior do país e queda de clubes de Buenos Aires
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES
O futebol argentino passa
pelo seu maior momento de
descentralização. E a Copa
América democratizada é só
um dos pontos que confirmam a tendência no país.
Apenas a final da competição será jogada em Buenos
Aires, e o estádio Monumental ainda é questionado por
conta da violência no jogo
que marcou o rebaixamento
do River Plate no domingo.
A abertura acontecerá hoje, em La Plata. Haverá jogos
ainda em Córdoba, San Salvador de Jujuy, Mendoza,
Salta, Santa Fe e San Juan.
Na Copa América de 1987, na
Argentina, os jogos ocorreram em apenas três cidades.
Além da capital, Córdoba e
Rosario receberam jogos. Na
ocasião, a seleção anfitriã
atuou só em Buenos Aires.
O mapa da Copa América
deste ano ajuda a explicar
um pouco o momento do futebol argentino. Dois times
de Santa Fe subiram para a
primeira divisão: Atlético de
Rafaela, campeão da Série B,
e Unión. River Plate e Huracán, da capital, caíram.
O Belgrano, de Córdoba, e
o San Martín, de San Juan,
também subiram. Desceram
ainda Quilmes, da Grande
Buenos Aires, e o Gimnasia,
time de La Plata, capital da
província de Buenos Aires.
A seleção argentina rodará
pelo país, atuando em La Plata, Santa Fe e Córdoba na primeira fase. E o grande ídolo
do time, Messi, é de Rosario,
onde passou dias de folga
-Maradona, velho ídolo,
nasceu em Villa Fiorito, subúrbio de Buenos Aires.
Eduardo Deluca, argentino que é secretário-geral da
Conmebol, diz que o plano
de democratizar a competição foi uma decisão da AFA
(federação argentina). "A
ideia foi fazer uma Copa
América descentralizada",
declarou o dirigente.
Na primeira divisão do futebol argentino, não haverá
vários grandes clássicos do
país, como Boca Juniors x River Plate, San Lorenzo x Huracán e Newell's Old Boys x
Rosario. O principal clássico
na elite será o de Avellaneda:
Independiente x Racing.
A federação argentina está
com projeto adiantado para a
criação da Copa da Argentina, uma competição nacional nos moldes dos segundos
torneios de países europeus.
Assim como a Copa do
Brasil, a disputa colocaria em
choque equipes das mais diferentes divisões do futebol
argentino. Para o país, seria
uma verdadeira revolução, já
que a Argentina passou muito tempo com apenas campeonatos metropolitanos.
Historicamente, são raros
os confrontos entre os times
mais tradicionais da Argentina e os clubes de pouca expressão do país. Os clássicos
se repetem até em torneios
internacionais e de verão.
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