São Paulo, sexta-feira, 01 de julho de 2011

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Na estrada

Descentralizada, Copa América segue tendência do futebol argentino, que vê ascensão de times do interior do país e queda de clubes de Buenos Aires

RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A BUENOS AIRES

O futebol argentino passa pelo seu maior momento de descentralização. E a Copa América democratizada é só um dos pontos que confirmam a tendência no país.
Apenas a final da competição será jogada em Buenos Aires, e o estádio Monumental ainda é questionado por conta da violência no jogo que marcou o rebaixamento do River Plate no domingo.
A abertura acontecerá hoje, em La Plata. Haverá jogos ainda em Córdoba, San Salvador de Jujuy, Mendoza, Salta, Santa Fe e San Juan. Na Copa América de 1987, na Argentina, os jogos ocorreram em apenas três cidades.
Além da capital, Córdoba e Rosario receberam jogos. Na ocasião, a seleção anfitriã atuou só em Buenos Aires.
O mapa da Copa América deste ano ajuda a explicar um pouco o momento do futebol argentino. Dois times de Santa Fe subiram para a primeira divisão: Atlético de Rafaela, campeão da Série B, e Unión. River Plate e Huracán, da capital, caíram.
O Belgrano, de Córdoba, e o San Martín, de San Juan, também subiram. Desceram ainda Quilmes, da Grande Buenos Aires, e o Gimnasia, time de La Plata, capital da província de Buenos Aires.
A seleção argentina rodará pelo país, atuando em La Plata, Santa Fe e Córdoba na primeira fase. E o grande ídolo do time, Messi, é de Rosario, onde passou dias de folga -Maradona, velho ídolo, nasceu em Villa Fiorito, subúrbio de Buenos Aires.
Eduardo Deluca, argentino que é secretário-geral da Conmebol, diz que o plano de democratizar a competição foi uma decisão da AFA (federação argentina). "A ideia foi fazer uma Copa América descentralizada", declarou o dirigente.
Na primeira divisão do futebol argentino, não haverá vários grandes clássicos do país, como Boca Juniors x River Plate, San Lorenzo x Huracán e Newell's Old Boys x Rosario. O principal clássico na elite será o de Avellaneda: Independiente x Racing.
A federação argentina está com projeto adiantado para a criação da Copa da Argentina, uma competição nacional nos moldes dos segundos torneios de países europeus.
Assim como a Copa do Brasil, a disputa colocaria em choque equipes das mais diferentes divisões do futebol argentino. Para o país, seria uma verdadeira revolução, já que a Argentina passou muito tempo com apenas campeonatos metropolitanos.
Historicamente, são raros os confrontos entre os times mais tradicionais da Argentina e os clubes de pouca expressão do país. Os clássicos se repetem até em torneios internacionais e de verão.


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