São Paulo, quinta-feira, 01 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Caetano acorda do sonho americano

Ormuzd Alves/Folha Imagem
O volante Serginho, que perdeu o segundo pênalti, é consolado por Robert e Anaílson após a derrota do São Caetano no Pacaembu



Time do ABC sai na frente no Pacaembu, permite virada do Olimpia, desperdiça dois pênaltis e, após duas finais frustradas no Brasileiro, agora é vice também na América


DA REPORTAGEM LOCAL

Não foi desta vez que o namoradinho do Brasil se livrou do estigma de vice. O São Caetano, time de apenas 12 anos, fracassou pela terceira vez consecutiva em uma final e permitiu ao centenário Olimpia, do Paraguai, conquistar, na decisão por pênaltis, a Taça Libertadores da América.
Os torcedores que lotaram o Pacaembu ontem à noite viram o adversário vencer um amedrontado São Caetano por 2 a 1 no tempo normal, de virada e com um jogador a menos em boa parte da etapa final. Nos pênaltis, o time do ABC paulista desperdiçou duas cobranças, com Marlon e Serginho, enquanto os paraguaios não perderam nenhuma.
Agora o Olimpia, que ganhou sua terceira Libertadores, vai enfrentar o Real Madrid, campeão europeu, em novembro, na final do Mundial interclubes, no Japão.
Protagonista de uma ascensão fulminante nos últimos dois anos, o São Caetano chegou às finais do Campeonato Nacional em 2000 e em 2001. Perdeu as duas -para Vasco e Atlético-PR.
O técnico Jair Picerni, expulso de campo ontem por reclamar com o juiz, é quem mais sofre com o estigma de vice.
Chamado com sarcasmo de "Vicerni", perdeu ontem sua quinta final significativa: além dos Brasileiros, já fracassou em duas decisões de Paulista e em uma de Olimpíada (dirigiu o Brasil nos Jogos de Los Angeles-84, quando a França levou o ouro).
A impressão de facilidade para o São Caetano ontem potencializou o clima de fracasso. Como a equipe vencera o primeiro jogo, em Assunção, por 1 a 0, precisava apenas de um empate em casa para chegar à histórica conquista.
O otimismo só cresceu quando, ainda no primeiro tempo, Aílton marcou para o São Caetano. Mas, na etapa final, o Olimpia empatou e virou, desesperando a torcida.
O nervosismo foi ainda maior para os atletas brasileiros, que, atordoados, não conseguiram reeditar o futebol vistoso e descomplicado que encantou o país.
Com a derrota, o São Caetano perdeu a chance de se tornar o mais jovem time a conquistar a Libertadores e o primeiro a levar o título sem obter antes um triunfo nos principais torneios do seu país: jamais venceu um Brasileiro -não ganhou nem um Paulista.



Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Nacional vai ressuscitar os destaques da JH
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.