São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Só Guarani o demitiu, e três vezes

Mano sobreviveu no Corinthians e no Grêmio, mas não no 1º clube

DO ENVIADO A VENÂNCIO AIRES

Em 13 anos de carreira, Mano Menezes treinou sete clubes. E só foi demitido de um deles. Três vezes.
Foi o modesto Guarani de Venâncio Aires o único a mostrar o cartão vermelho ao hoje treinador da seleção, em 1997, em 1999 e em 2003.
Nas duas primeiras demissões, os resultados foram decisivos. Na última, idem, mas houve também um racha entre técnico e parte do elenco, como relata o ex-diretor de futebol Paulo Battisti.
"Fiquei rotulado como o cara que demitiu o Mano três vezes, mas isso é um pouco injusto. Na verdade, era o encarregado de dar a notícia."
Mano assumiu o time principal do Guarani em 1997, depois de cinco anos de trabalho nas divisões de base.
Com o time na segunda divisão do Gaúcho, o trabalho dele durou seis rodadas. Uma derrota para a Taquariense acabou com a paciência da maior parte da direção.
"Fui contra", narra Battisti. "Tentei segurar, argumentei que era precipitado." Vencido pelos colegas de diretoria, coube a Battisti a missão de informar a decisão.
Mano ficou chateado, contrariado, irritado. "Mas entendeu, não contestou", conta Romeu Siebeneichler, supervisor do Guarani.
Depois de trabalhar nas categorias de base do Juventude, o treinador voltou ao Guarani em 1999, mais uma vez a convite de Battisti.
A segunda passagem foi um pouco mais longa. Mano classificou o time para a segunda fase do Campeonato Gaúcho, da primeira divisão.
O primeiro objetivo, que era não cair, havia sido cumprido. Mas uma goleada sofrida para o Juventude (4 a 1) causou a segunda demissão.
Battisti relata que discordou. "Mas isso eu não dizia para ele. Como diretor de futebol, eu sempre sustentava que era uma decisão do clube, por mais que pessoalmente eu fosse contra."
A revanche de Mano levou três anos. Entre 1999 e 2001, ele trabalhou nas divisões inferiores do Internacional, que nessa época revelou Nilmar e Daniel Carvalho.
Em 2002, Mano começou sua trajetória de salvador de equipes em crise ao assumir um Guarani praticamente rebaixado e levá-lo ao título estadual -naquele ano, Inter, Grêmio, Caxias e Juventude disputaram outra competição, o Supercampeonato Gaúcho, como ocorreu em outros Estados.
O maior título da história do Guarani não impediu que ele fosse demitido no ano seguinte. "Nessa terceira vez eu fui a favor", diverte-se Battisti. "Ele pediu o afastamento de quatro jogadores, e nós decidimos pela demissão."
Depois do Guarani, Mano rodou pelo interior gaúcho (com uma rápida passagem pelo paranaense Iraty) e se consagrou no Grêmio e no Corinthians. Nunca mais voltou a trabalhar em Venâncio Aires. Nunca mais foi demitido. (MARTÍN FERNANDEZ)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.