|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Só Guarani o demitiu, e três vezes
Mano sobreviveu no Corinthians e no Grêmio, mas não no 1º clube
DO ENVIADO A VENÂNCIO AIRES
Em 13 anos de carreira,
Mano Menezes treinou sete
clubes. E só foi demitido de
um deles. Três vezes.
Foi o modesto Guarani de
Venâncio Aires o único a
mostrar o cartão vermelho ao
hoje treinador da seleção, em
1997, em 1999 e em 2003.
Nas duas primeiras demissões, os resultados foram decisivos. Na última, idem, mas
houve também um racha entre técnico e parte do elenco,
como relata o ex-diretor de
futebol Paulo Battisti.
"Fiquei rotulado como o
cara que demitiu o Mano três
vezes, mas isso é um pouco
injusto. Na verdade, era o encarregado de dar a notícia."
Mano assumiu o time principal do Guarani em 1997, depois de cinco anos de trabalho nas divisões de base.
Com o time na segunda divisão do Gaúcho, o trabalho
dele durou seis rodadas.
Uma derrota para a Taquariense acabou com a paciência da maior parte da direção.
"Fui contra", narra Battisti. "Tentei segurar, argumentei que era precipitado." Vencido pelos colegas de diretoria, coube a Battisti a missão
de informar a decisão.
Mano ficou chateado, contrariado, irritado. "Mas entendeu, não contestou", conta Romeu Siebeneichler, supervisor do Guarani.
Depois de trabalhar nas
categorias de base do Juventude, o treinador voltou ao
Guarani em 1999, mais uma
vez a convite de Battisti.
A segunda passagem foi
um pouco mais longa. Mano
classificou o time para a segunda fase do Campeonato
Gaúcho, da primeira divisão.
O primeiro objetivo, que
era não cair, havia sido cumprido. Mas uma goleada sofrida para o Juventude (4 a 1)
causou a segunda demissão.
Battisti relata que discordou. "Mas isso eu não dizia
para ele. Como diretor de futebol, eu sempre sustentava
que era uma decisão do clube, por mais que pessoalmente eu fosse contra."
A revanche de Mano levou
três anos. Entre 1999 e 2001,
ele trabalhou nas divisões inferiores do Internacional,
que nessa época revelou Nilmar e Daniel Carvalho.
Em 2002, Mano começou
sua trajetória de salvador de
equipes em crise ao assumir
um Guarani praticamente rebaixado e levá-lo ao título estadual -naquele ano, Inter,
Grêmio, Caxias e Juventude
disputaram outra competição, o Supercampeonato
Gaúcho, como ocorreu em
outros Estados.
O maior título da história
do Guarani não impediu que
ele fosse demitido no ano seguinte. "Nessa terceira vez eu
fui a favor", diverte-se Battisti. "Ele pediu o afastamento
de quatro jogadores, e nós
decidimos pela demissão."
Depois do Guarani, Mano
rodou pelo interior gaúcho
(com uma rápida passagem
pelo paranaense Iraty) e se
consagrou no Grêmio e no
Corinthians. Nunca mais voltou a trabalhar em Venâncio
Aires. Nunca mais foi demitido.
(MARTÍN FERNANDEZ)
Texto Anterior: Frase Próximo Texto: Frase Índice
|