São Paulo, quarta-feira, 01 de setembro de 2004

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TÊNIS

Brasileiro, que teve 4 técnicos em pouco mais de 1 ano, cai na estréia nos EUA e pode perder posto de número 2 do país

'Infiel', Saretta rompe de novo e vê seu posto ameaçado

DA REPORTAGEM LOCAL

Flávio Saretta vive seu pior momento desde que passou a ostentar a condição de tenista número dois do Brasil, em abril de 2003.
Ele viajou sem técnico para os EUA, foi eliminado na estréia do Grand Slam local e está ameaçado de ser ultrapassado por Ricardo Mello no ranking mundial.
Pouco antes de embarcar para o último Grand Slam do ano, Saretta rompeu com Fernando Roese, que o orientava desde dezembro. Foi o quarto técnico que encerra uma parceria com o tenista em pouco mais de um ano.
"Ele está passando por uma fase difícil e precisava dar uma remotivada", afirmou Roese, que não apontou nenhum motivo específico para o rompimento.
O tenista de Americana (SP), que deve ser pai neste mês, é famoso por seu gênio explosivo.
O desentendimento com o primeiro treinador da lista é um exemplo disso. Na terceira rodada de Roland Garros-2003, Saretta se desentendeu com João Zwetsch, que assistia a partida contra o espanhol Galo Blanco das tribunas, e o mandou ir embora.
Ele obedeceu e deixou Paris. O tenista fez um dos jogos mais importantes da carreira, contra o americano Andre Agassi, na quadra central de Roland Garros, pelas oitavas-de-final, sem técnico.
Antes de Roese, Pablo Albano e Carlos Chabalgoity treinaram Saretta, mas por pouco tempo -Albano por cerca de três meses, e Chabalgoity, por cerca de dois.
Outro episódio também mostra o temperamento forte do brasileiro. Na estréia do Aberto dos EUA do ano passado, ele enfrentou o americano Vicent Spadea. Durante o confronto, teve algumas discussões com o árbitro.
Após mais de três horas e meia de jogo, Saretta saiu vitorioso, mas antes de deixar a quadra deu alguns berros na direção do juiz.
Os dois episódios aconteceram na temporada em que o tenista conseguiu suas melhores atuações. Em Grand Slams, chegou a ter, inclusive, um desempenho superior ao de Gustavo Kuerten.
A expectativa para 2004 era grande. Os resultados, porém, ficaram bem aquém do esperado.
Sua única atuação digna de nota aconteceu em fevereiro, quando alcançou as semifinais do Torneio de Viña del Mar, no Chile.
Antes da Olimpíada, chegou, inclusive, a disputar um challenger, torneio menor, em San Marino, mas não passou da estréia.
Saretta só conseguiu se classificar para os Jogos por causa de algumas desistências e do limite de atletas por países imposto pela Federação Internacional de Tênis.
Na Grécia, não conseguiu reverter a má fase e caiu na estréia diante do americano Andy Roddick.
Ontem, contra o alemão Florian Mayer, amargou sua sexta derrota nos últimos sete jogos. Mayer só precisou vencer um game para marcar 3 a 0 (6/4, 6/2 e 6/1) -o jogo havia sido interrompido por causa do mau tempo.
Com isso, Saretta, que já aparece fora dos top cem (é o 104º), vai cair ainda mais no ranking.
Além disso, uma boa campanha de Ricardo Mello, que estréia hoje contra o argentino Juan Ignácio Chela, pode tirá-lo do posto de segundo tenista do país.
Até o fechamento desta edição, a assessoria de Saretta divulgou que ainda não havia definição de um novo técnico.


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