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TÊNIS
Brasileiro, que teve 4 técnicos em pouco mais de 1 ano, cai na estréia nos EUA e pode perder posto de número 2 do país
'Infiel', Saretta rompe de novo e vê seu posto ameaçado
DA REPORTAGEM LOCAL
Flávio Saretta vive seu pior momento desde que passou a ostentar a condição de tenista número
dois do Brasil, em abril de 2003.
Ele viajou sem técnico para os
EUA, foi eliminado na estréia do
Grand Slam local e está ameaçado
de ser ultrapassado por Ricardo
Mello no ranking mundial.
Pouco antes de embarcar para o
último Grand Slam do ano, Saretta rompeu com Fernando Roese,
que o orientava desde dezembro.
Foi o quarto técnico que encerra
uma parceria com o tenista em
pouco mais de um ano.
"Ele está passando por uma fase
difícil e precisava dar uma remotivada", afirmou Roese, que não
apontou nenhum motivo específico para o rompimento.
O tenista de Americana (SP),
que deve ser pai neste mês, é famoso por seu gênio explosivo.
O desentendimento com o primeiro treinador da lista é um
exemplo disso. Na terceira rodada
de Roland Garros-2003, Saretta se
desentendeu com João Zwetsch,
que assistia a partida contra o espanhol Galo Blanco das tribunas,
e o mandou ir embora.
Ele obedeceu e deixou Paris. O
tenista fez um dos jogos mais importantes da carreira, contra o
americano Andre Agassi, na quadra central de Roland Garros, pelas oitavas-de-final, sem técnico.
Antes de Roese, Pablo Albano e
Carlos Chabalgoity treinaram Saretta, mas por pouco tempo -Albano por cerca de três meses, e
Chabalgoity, por cerca de dois.
Outro episódio também mostra
o temperamento forte do brasileiro. Na estréia do Aberto dos EUA
do ano passado, ele enfrentou o
americano Vicent Spadea. Durante o confronto, teve algumas
discussões com o árbitro.
Após mais de três horas e meia
de jogo, Saretta saiu vitorioso,
mas antes de deixar a quadra deu
alguns berros na direção do juiz.
Os dois episódios aconteceram
na temporada em que o tenista
conseguiu suas melhores atuações. Em Grand Slams, chegou a
ter, inclusive, um desempenho
superior ao de Gustavo Kuerten.
A expectativa para 2004 era
grande. Os resultados, porém, ficaram bem aquém do esperado.
Sua única atuação digna de nota
aconteceu em fevereiro, quando
alcançou as semifinais do Torneio
de Viña del Mar, no Chile.
Antes da Olimpíada, chegou, inclusive, a disputar um challenger,
torneio menor, em San Marino,
mas não passou da estréia.
Saretta só conseguiu se classificar para os Jogos por causa de algumas desistências e do limite de
atletas por países imposto pela Federação Internacional de Tênis.
Na Grécia, não conseguiu reverter a má fase e caiu na estréia diante do americano Andy Roddick.
Ontem, contra o alemão Florian
Mayer, amargou sua sexta derrota
nos últimos sete jogos. Mayer só
precisou vencer um game para
marcar 3 a 0 (6/4, 6/2 e 6/1) -o jogo havia sido interrompido por
causa do mau tempo.
Com isso, Saretta, que já aparece fora dos top cem (é o 104º), vai
cair ainda mais no ranking.
Além disso, uma boa campanha
de Ricardo Mello, que estréia hoje
contra o argentino Juan Ignácio
Chela, pode tirá-lo do posto de segundo tenista do país.
Até o fechamento desta edição,
a assessoria de Saretta divulgou
que ainda não havia definição de
um novo técnico.
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