São Paulo, sexta-feira, 01 de setembro de 2006

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dança das cadeiras

No mês das negociações, empresário dribla clube

e Janela mundial termina com Tevez na Inglaterra e repatriação de Zé Roberto

Só Juan Figer ganha mais de R$ 10 milhões em agosto e supera o faturamento de grandes times do país com a transferência de atletas


PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Dentro de campo, vai demorar algum tempo para saber quem será o vitorioso no frenético mercado da bola, que ontem encerrou seu prazo para transferências internacionais.
Mas, na conta bancária, os empresários, em especial Juan Figer, o decano deles, foram os grandes campeões.
Clubes brasileiros venderam muitos jogadores para o exterior recebendo pouco dinheiro e repatriaram atletas gastando tanto ou até mais com empresários do que com o pagamento de multas rescisórias.
Na exportação, o Corinthians não vai ficar com nenhuma migalha com a transferência de Tevez e Mascherano para o modesto West Ham.
Nos negócios com valores divulgados, como as vendas do ex-são-paulino Lugano e do ex-cruzeirense Edu Dracena para a Turquia, os clubes ficaram com a metade do valor. O Inter se desfez de quatro jogadores campeões da Libertadores, mas, como não tinha os direitos totais sobre eles, arrecadou cerca de R$ 12 milhões.
Recordista de ganhos entre os clubes do país no mês das transferências, o Inter praticamente empata com o que Figer ganhou nos últimos 30 dias.
Só com as vendas de Lugano e Dracena, jogadores que ele tinha participação, o empresário arrecadou cerca de R$ 10 milhões. O uruguaio ainda levou comissão no acerto de três outros jogadores de primeira linha, todos sob os seus cuidados e de seu filho Marcel -Magrão, Zé Roberto e Ricardinho.
Alguns agentes, contudo, juram que o dinheiro também está curto para eles. "Se os clubes não estão ganhando, os empresários também não ganham aqui no Brasil. O dinheiro aqui está curto. Se quisermos lucrar, temos que vender para a Turquia", diz Wagner Ribeiro.
Cartolas, por seu lado, dizem estar se adaptando à nova situação. "O comércio no futebol ficou brutal. Se o clube não ficar esperto, dança. Fizemos um pente-fino nas categorias de base para não perder jogadores para empresários", disse Kléber Leite, vice de futebol do Flamengo. Escaldado pela saída de Jônatas, na qual o clube ficou só com 35% de US$ 4 milhões, o clube renovou por cinco anos o contrato de sua maior promessa, Renato Augusto. Estipulou a multa em 30 milhões (cerca de R$ 82 milhões).


Colaborou RICARDO PERRONE , do Painel FC

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