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Há dois dutos no caminho
Canais da Transpetro passam sob a área onde ficará o estádio corintiano e viram empecilho
EDUARDO OHATA
DE SÃO PAULO
Dutos que transportam
óleo combustível e outros derivados de petróleo atrapalham o projeto do estádio do
Corinthians em Itaquera.
Eles passam sob a área onde
o clube, com a Odebrecht,
quer construir sua arena.
A Transpetro, empresa de
logística e transporte de combustíveis da Petrobras, confirmou que dois dutos operados pela companhia passam
naquela área. O CT do Corinthians foi, inclusive, usado
como o ponto de referência.
De acordo com imagens do
projeto, os dutos passam sob
onde estarão parte das arquibancadas, a Folha apurou.
Porém algo chamado de
faixa de domínio da Petrobras pode impedir que isso
ocorra. A faixa é uma área em
que você não pode executar
obras, pois isso poderia danificar os dutos da Transpetro.
Outra função da faixa é, no
caso de vazamento, proporcionar espaço onde seja possível fazer a manutenção dos
dutos sem que esta represente problema a edificações
que estejam na proximidade.
Os dois dutos, o OSVAT 22
e o OSVAT-OC 24, ligam São
José dos Campos a São Caetano do Sul. De acordo com a
Transpetro, a firma ""só poderá avaliar o impacto da construção do estádio sobre a
operação dos dois dutos após
conhecer o projeto da obra".
A Petrobras informou que
quem se pronuncia sobre o
assunto é a Transpetro.
O Corinthians, porém, alega que já sabia da existência
dos dutos e que já conversou
com a Petrobras. Explica que
o estacionamento é que ficará sobre os dutos, o que estaria ""totalmente dentro das
normas da Petrobras".
Um conselheiro corintiano
afirmou que em reunião do
Conselho Deliberativo, Andres Sanchez teria dito algo
na linha de que ""ouvi dizer
que tem dutos embaixo".
Especialistas da área alegam haver uma série de problemas em potencial advindos da existência dos dutos.
Por conta da idade dos dutos, que datam do fim da década de 70, e o fato de a implantação do estádio aumentar muito o número de pessoas que passarão pelo local,
crêem que será necessária a
reclassificação da área. Na
teoria, há grande chance de
passar a ser considerada de
maior risco do que é hoje.
Segundo esses mesmos especialistas, a existência do
duto tem potencial para impedir que sejam usados nas
obras os bate-estacas, que
poderiam danificá-los. Porém isso encareceria o processo construtivo da arena.
Quanto à necessidade de
desviar a rota dos dutos da
arena, argumentam que seria uma opção extremamente
custosa para a construtora.
Explicam que provavelmente envolveria desapropriações e, consequentemente, uso de verba pública.
Isso vem sendo condenada
pelas três esferas de governo.
Segundo a assessoria da
Secretaria do Meio Ambiente, o Corinthians terá de entrar com pedido de licença
ambiental perante a Cetesb,
o que ainda não teria sido feito pois o projeto do estádio
acabou de ser anunciado.
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