São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2011

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JUCA KFOURI

Corinthians, 101


Num livro de 35 quilos a história do clube cuja maior riqueza, a Fiel, é ainda inexplorada


99, 100, 101.
Fez todo sentido que o primeiro grande entre os paulistas a completar um século de vida tenha festejado com pompa e circunstância o último aniversário antes da marca centenária.
Como fez mais sentido ainda que os cem anos tenham sido comemorados numa festa impressionante com 130 mil fiéis no Vale do Anhangabaú, numa inesquecível noite de dia útil.
E como faz que o primeiro aniversário depois do centésimo, neste 1° de setembro, não passe em branco, ou só em branco, mas em branco e preto.
Porque depois de mais de duas dezenas de livros comemorativos da efeméride, um recorde nacional que deixou o centenário do Flamengo a ver navios, e quatro documentários para as telas do cinema e em DVD, amanhã alguns privilegiados conhecerão o livro "Nação", da Toriba Editora, impresso em Milão. E com a pretensão de ser obra definitiva, com apenas 1.500 exemplares, todos assinados por ídolos alvinegros como Rivellino ou Sócrates e Basílio, Neto ou Marcelinho Carioca.
São 600 páginas com pesquisa fotográfica digna de nota em formato 50 cm x 50 cm, pela bagatela de R$ 6.000 (confesso, vou ganhar um de graça) e, atenção, pesando 35 quilos!
Sim, 35 quilos!, indiscutivelmente o que pode ser chamado de obra de peso e voltada, obviamente, para a elite alvinegra, que, a exemplo da massa, é também fartamente majoritária em São Paulo. Quem já viu enlouqueceu.
Trata-se do primeiro lançamento, no próximo dia 26, de uma série de "Livros de Colecionador" no Brasil e que terá sequência com a publicação de "Rei" -não sobre Pelé (por sinal, já objeto de livro desses, em 2006, pesando, porém, "apenas" 11 quilos em formato 45 cm x 35 cm, pela Glória Books, de Londres), mas sobre Roberto Carlos, o cantor.
A seleção brasileira, Emerson Fittipaldi e Ronaldo Fenômeno também terão suas edições e a intenção é a de que cada grande clube tenha a dele.
O Corinthians é contemplado, assim e mais uma vez, com o pioneirismo nessa empreitada de uma corajosa editora catarinense.
Audácia que tem faltado às sucessivas direções corintianas, incapazes, hoje pode-se dizer, há mais de cem anos de dar ao clube a dimensão mundial que deveria ter se gerido com competência, profissionalismo, transparência e decência.
Gente que jamais entendeu a dimensão do tesouro chamado Fiel Torcida, 101 toneladas de paixão -e dedicação, se bem conduzida.

blogdojuca@uol.com.br


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