São Paulo, quinta-feira, 01 de setembro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

O texto abaixo contém um Erramos, clique aqui para conferir a correção na versão eletrônica da Folha de S.Paulo.

Câmbio vira desafio para Olimpíada

2016
Com real em alta, comitê tem que compensar perdas com dólar


RODRIGO MATTOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O Comitê Organizador da Rio-2016 tem como desafio encontrar um equilíbrio no seu orçamento levando em conta as variações cambiais.
Explica-se: as receitas da entidade têm grande fatia em dólar, enquanto as despesas são quase todas em reais.
A contribuição do COI [Comitê Olímpico Internacional] e parte do patrocínio internacional estão cotados no orçamento em US$ 870,8 milhões, números de 2008. A cotação foi de R$ 2/US$ 1. Ou seja, representaria R$ 1,742 milhões, em torno de 30% do total.
Mas, hoje, o dólar vale em torno de R$ 1,6 o que representa queda da renda.
Em compensação, a estimativa de receita com patrocínio local, de R$ 540 milhões, deve ser ultrapassada por uma larga margem.
"A negociação com o COI se dá com um macro do orçamento. O comitê verifica se estamos mantendo equilíbrio entre perdas e ganhos", explicou o presidente do Comitê Rio-2016, Leonardo Gryner.
Até agora, o comitê tem se sustentado majoritariamente com dólares. Recebeu US$ 40 milhões em dois empréstimos do COI, que serão descontados dos valores a que o comitê organizador terá direito no futuro.
Esse é outro desafio do Rio-2016. Boa parte da sua renda só está prevista para o futuro, mas as despesas já ocorrem agora. Foram de R$ 25 milhões em 2010 e são R$ 96 milhões estimados para 2011.
O comitê chegou a ter de recorrer ao cheque especial, por uma semana, para se sustentar quando ficou sem fundos. O problema acabou porque começou a entrar nos cofres patrocínio do Bradesco.
Nos próximos meses, o Comitê Rio-2016 começará concorrências para empresas de material esportivo e carros.
Não foi usado dinheiro público até agora, nem será em 2012. Há previsão desses recursos no orçamento atual.
A questão cambial também vai pesar em preços para ingressos e hotéis. O COI quer manter valores mais baixos, porém o Brasil tem preços em ascensão sob o ponto de vista internacional. Será negociado um equilíbrio.
A questão cambial, o crescimento do custo Brasil e o detalhamento de projetos de instalações vão levar a uma revisão do orçamento do comitê no próximo ano. "Não vai ser perfeita, mas vai ser mais aproximada [do valor final]", afirmou Gryner.


Texto Anterior: Robinho sofre lesão e é cortado de amistoso
Próximo Texto: Rio-16 tem problema para contratar
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.