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Etíope bate recorde da maratona em Berlim
Haile Gebrselassie abaixa marca em 29s, mas não atinge sua meta pessoal
Fundista recebe parabéns
de Paul Tergat, superado por
ele ontem, e diz que ainda
pode melhorar tempo nos
42,2 km em mais de 1min
DA REPORTAGEM LOCAL
A principal prova de longa
distância do atletismo mundial
tem novo recordista. O etíope
Haile Gebrselassie, 34, percorreu os 42,2 km da maratona de
Berlim em 2h04min26s.
A marca estabelecida ontem
é 29s mais rápida que a anterior, imposta pelo queniano
Paul Tergat, também no evento
berlinense, em 2003.
É o 24º recorde mundial de
Gebrselassie, que amealhou
100 mil (cerca de R$ 260 mil)
em prêmios pela façanha -metade da verba pela vitória, metade como bônus pela marca.
A agência Reuters registra
que ele ainda teria recebido
250 mil (cerca de R$ 650 mil)
de cachê para correr o evento.
Tergat foi um dos primeiros
a parabenizar o etíope. Gebrselassie havia dado suas primeiras declarações aos jornalistas
quando lhe passaram o telefone celular do diretor da prova.
Do outro lado da linha o queniano chamava de seu país.
"Desculpe, Paul", falou o novo recordista, rindo. "Acho que
hoje as condições estavam melhores do que quando você correu para o recorde. Direi à organização para convidá-lo para
o ano que vem", disse o etíope.
Tergat então comentou aos
jornalistas : "O esporte é assim,
recordes existem para serem
batidos. Estou muito feliz por
ele, somos amigos".
O comentário a respeito da
situação climática favorável foi
um dos pontos em que Gebrselassie insistiu ao falar sobre o
recorde. Após uma forte chuva
na véspera, o domingo amanheceu seco. Durante a maratona, a temperatura variou de
14C a 18C -exatamente o cenário que o etíope dizia preferir antes da corrida.
"Quando cheguei ao 20º quilômetro e vi o tempo, pensei
que poderia acontecer hoje
[ontem], porque estava me
sentindo muito bem. Por volta
do 35º, eu sabia que tinha boa
chance de quebrar o recorde,
mas foi onde tive problema no
ano passado", lembrou o fundista, que citou o vento na parte final da edição de 2006.
Nem o recorde em sua sétima maratona fez Gebrselassie
esquecer planos mais ambiciosos. "Prometi que correria para
2h03min. Isso não aconteceu.
Talvez na próxima vez", declarou o atleta, que há cinco anos
passou a se dedicar à prova
com duas metas: ser o mais rápido da distância e correr no
tempo acima estipulado.
Antes, ele havia obtido sucesso em provas de pista, como
10.000 m e 5.000 m rasos.
Na primeira, o etíope freqüentou pódios em todos os
seis Campeonatos Mundiais
entre 1993 e 2003, com quatro
medalhas de ouro.
Em Jogos Olímpicos, ele
também tem dois títulos da
distância no currículo (Atlanta-1996 e Sydney-2000).
Mas seu primeiro recorde
mundial foi nos 5.000 m, marca estabelecida em 1994.
Atrás de Gebrselassie no pódio de ontem havia dois quenianos, Abel Kirui e Salim Kipsang. Ambos cravaram seus recordes pessoais na maratona
berlinense, a quarta maior prova do gênero no mundo, com
40 mil competidores.
A prova feminina também
teve a bandeira da Etiópia no
alto do pódio. Gete Wami, vencedora também no ano passado, alegou ter administrado o
ritmo no final para se preservar
para a maratona de Nova York,
em 4 de novembro.
Ela correu em 2h23min17s.
A alemã Irina Mikitenko (vice)
e a queniana Helena Kirop
(bronze) compuseram o pódio.
Com agências internacionais
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