São Paulo, quarta-feira, 01 de outubro de 2008

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Brasil dá goleada histórica, mas leva pito de treinador

Seleção de futsal vai na contramão do discurso, marca 12 a 1 no Japão e iguala sua melhor estréia em Mundiais da Fifa

PC, que viu 1º tempo acabar 3 a 1, critica a lentidão para impedir contra-ataques e diz que time pode levar mais gols contra rivais melhores


Sergio Lima/Folha Imagem
O pivô Lenísio toca e faz o 12º gol do Brasil sobre o Japão, ontem, no ginásio Nilson Nelson

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A seleção brasileira não prometia goleada, mas ontem, diante de sua torcida, no ginásio Nilson Nélson, em Brasília, obteve a melhor estréia de sua história em um Mundial de futsal organizado pela Fifa.
Os 12 a 1 sobre o Japão igualaram o feito da primeira partida do Mundial da Guatemala-2000, quando o Brasil fez o mesmo placar no Cazaquistão.
Os gols foram marcados por Lenísio (2), Schumacher (2), Ari (2), Falcão (2), Marquinho, Wilde, Ciço e Betão. Osodo fez o único tento dos japoneses.
A torcida saiu satisfeita com tantos gols, mas o discurso de todos após o jogo foi comedido.
"Não nos deixamos enganar por um resultado assim. Em outros Mundiais, ganhamos jogos fazendo dez, 15 gols, mas ficamos sem título", disse Falcão, referindo-se aos dois últimos Mundiais, nos quais o Brasil falhou em jogos decisivos.
Apesar da goleada, o técnico Paulo César de Oliveira, o PC, identificou problemas na defesa que poderiam deixar o Brasil vulnerável diante de seleções com maior poder ofensivo.
"Não tivemos velocidade para fazer o retorno do ataque para a defesa. Sofremos muitos contra-ataques. Se fosse contra uma equipe de mais qualidade, teríamos levado mais gols", analisou o treinador.
De fato, a seleção teve um jogo mais duro no primeiro tempo. Vencia "só" por 3 a 1. O gol japonês foi conquistado justamente em um contra-ataque.
No intervalo, PC deixou seu recado aos jogadores, ajustou a defesa e promoveu a entrada no segundo tempo do pivô Betão, que cumpriu uma função tática fundamental para definir os novos rumos da partida. A partir de então, a seleção brasileira deslanchou no marcador.
"A entrada do Betão permitiu que a gente segurasse a bola no ataque, e isso ajudou a defesa", disse o fixo Schumacher.
Maior astro da seleção, Falcão começou a partida no banco, entrou no decorrer do jogo, marcou dois gols e foi o mais aclamado pela torcida.
O técnico quis poupá-lo de desgaste, pois o ala encerrou a participação na Liga Futsal, em que foi campeão pelo Jaraguá do Sul, no início de setembro. O risco de lesão preocupa PC.
Com a vitória expressiva, o Brasil lidera o Grupo A, com três pontos. Cuba igualou a pontuação após vencer por 10 a 2 a fraca seleção das Ilhas Salomão, rival do Brasil amanhã.
"O primeiro passo foi dado. Faltavam nove [jogos para a final]. Agora faltam oito", disse Falcão, em contagem regressiva para erguer o troféu.


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