RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Paulista de 2006, que definiu ontem sua tabela e seus últimos detalhes, já cansa pelo menos dois de seus participantes: o campeão e o vice deste ano, São Paulo e Corinthians, respectivamente.
A competição tem início no dia 11 de janeiro (na última edição, começou no dia 19) e verá mais uma vez jogadores estrearem sem terem desfrutado de um período normal de férias.
""O São Paulo volta no dia 20 de dezembro de Tóquio. Todos os clubes entram de férias no dia 5. Sobre a primeira rodada, estamos conversando para ver o que pode acontecer", disse o presidente são-paulino, Marcelo Portugal Gouvêa, confirmando que o clube pedirá à federação o adiamento de sua estréia, marcada para o próprio dia 11 contra o Juventus.
Segundo o presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, não há datas para uma eventual mudança. ""Infelizmente, não temos datas. Estamos tentando para os outros anos fazer turno e returno com o enxugamento do Brasileiro. Os jogadores podem dividir suas férias, tirar alguns dias agora e depois mais uns dias", disse o dirigente, que afirma ter poupado o São Paulo da abertura -normalmente, o campeão abre a disputa.
""O São Paulo estará muito cansado", disse ele, mesmo com a abertura sendo no dia da estréia do São Paulo -Noroeste x Corinthians será às 15h30.
O presidente corintiano, Alberto Dualib, também vê problemas com o início tão precoce do Paulista, que concorrerá até com a Copa São Paulo de juniores.
""Nós [Corinthians] teremos de jogar até o dia 14 de dezembro se formos à final da Copa Sul-Americana. Não vai ter tempo para fazer a preparação e para as férias. É um problema sério. Está muito apertado. Temos a Copa São Paulo para preparar juniores", disse.
Tirando a questão das datas, a definição do torneio não gerou grande discussão. O regulamento foi mantido, como manda o Estatuto do Torcedor, e alguns pontos que já haviam sido discutidos apenas foram referendados.
Os times que terminaram entre o 1º e o 10º lugares em 2005 têm um mando a mais que as equipes que fecharam o torneio nas posições seguintes. Esse critério técnico privilegia os grandes, que farão dez partidas como mandante, enquanto os mais fracos farão nove.
""A gente adquire méritos. Não concordo que não seja justo", disse Gouvêa ao ser questionado se a disputa não ficaria um pouco mais equilibrada caso os grandes atuassem mais vezes fora de casa.
Os clubes poderão inscrever atletas até o dia 24 de fevereiro. Um jogador que figura na súmula por até três jogos de um time poderá se transferir para outro.


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