São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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JUCA KFOURI

A conquista de Conca


Que o meia argentino iria bem em qualquer seleção parece óbvio. Mas e na do país dele?


MAIS UMA VEZ o experiente pibe, 27 anos, portanto já não tão pibe, foi o nome da rodada do Brasileirão. E, como nunca jogou pela seleção de seu país, não são poucos os que o querem na nossa.
Se faz sentido ter um argentino na seleção brasileira é discussão para mais de metro, como seria em caso inverso, já que nós amamos odiá-los, e eles odeiam nos amar.
Mas o fato é que bola ele tem para jogar em qualquer time do mundo, além de apresentar um fôlego alucinante, tanto que jogou as 32 partidas do Fluminense no campeonato.
Conca não é convocado para jogar na seleção argentina (só falta ser hoje, para enfrentar o Brasil, no dia 17 próximo, no Qatar...) porque nunca foi quando jovem e, como gostam de dizer os técnicos, a fila anda.
Andou para ele, como esperamos não ter andado nem para Marcelo, 22, o lateral esquerdo do Real Madrid que está jogando muito, e para Hernanes, 25, matando a pau na meia da Lazio, para não fa- lar de Jonas, cá entre nós, mais merecedor de convocação do que o bom André, 20, embora o artilheiro do Brasileirão já esteja com 26 anos.
Conca conquistou a admiração de todos assim como seus dois patrícios D'Alessandro, 29, e Montillo, 26, por motivos sabidos assim como são conhecidas as razões pelas quais a Argentina produz muitos mais meias deste nível do que o Brasil, ultimamente preocupado em formar alas e volantes, a ponto de um Paulo Henrique Ganso aparecer como uma miragem e, cá entre nós, que coisa!, Douglas, 28!, ser chamado por Mano Menezes.
A convocação dos brasileiros para o amistoso que jamais é amistoso contra os argentinos é boa e cuidadosa, além de ser obrigatoriamente generosa com Neymar (que foi muito bem ao defender seu companheiro Zé Eduardo do trote imbecil de que foi vítima) e esperançosa em relação a Ronaldinho Gaúcho, que foi muito melhor, incomparavelmente melhor do que Conca, mas que, hoje, ficaria no banco vendo o gringo jogar.

VAI QUE É TUA, PRESIDENTA!
Que Dilma Rousseff seja capaz de fazer o que nunca nenhum outro presidente fez na história do Brasil: democratizar o acesso ao esporte do povo brasileiro.
E que não loteie o Ministério do Esporte nem o trate como coisa menor. Aqui sua gestão encontrará boa vontade e crítica.

blogdojuca@uol.com.br


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