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BOXE
Quem cala consente
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O combate reunindo os invictos Félix ""Tito" Trinidad
e Fernando Vargas, pela unificação dos cinturões dos médios-ligeiros, mais do que acirrar a tradicional rivalidade entre mexicanos (Vargas é norte-americano
descendente de mexicanos) e porto-riquenhos, tem o potencial para ser a ""luta do ano".
O vencedor do combate também tem a chance de ser reconhecido como o melhor lutador da
atualidade, dependendo da maneira como atingir a vitória.
Trinidad, para quem não se
lembra, tirou a invencibilidade de
Oscar de la Hoya (em combate
polêmico, é verdade) no ano passado. Vargas, por outro lado, registrou vitórias sobre os ex-campeões ""Yori Boy" Campas, Raul
Marquez, Ike ""Bazooka" Quartey
e também sobre Ronald ""Winky"
Wright (leia as estatísticas de ambos os pugilistas na versão eletrônica desta coluna no http://www.uol.com.br/folha/pordentrodosesportes/indexsex.htm).
E adivinhem! Os brasileiros não
vão assistir mais essa apresentação, o que não deveria ser surpresa, visto que as TVs ignoraram os
últimos três mais importantes
combates entre pesos-pesados
(até o fechamento desta coluna
nenhuma emissora havia confirmado a transmissão da luta).
Consultadas sobre o motivo para tal desinteresse, as emissoras
de TV, inclusive aquelas especializadas em esportes, apresentam
várias justificativas, que vão de
motivos comerciais (""negociamos
com antecedência o espaço dos
comerciais dos filmes dos sábados
e quando há lutas não há mais
tempo hábil para mudar isso") a
técnicos (""não há espaço na grade
de programação"). Ou fogem do
assunto (""Isso é temporário. Estamos estudando nossa programação para o próximo ano").
Mas não adianta explicar isso
aos torcedores, que, inconformados, têm enviado e-mails sobre o
assunto para esta coluna.
""Mandei um e-mail para o
Sportv perguntando a eles porque
a emissora não transmitia lutas
de boxe. Eles responderam que
não havia lugar na grade. Pois, se
um canal de esporte não tem lugar para transmitir lutas de boxe,
o que poderemos esperar da Globo, SBT e outras emissoras? Toda
semana tem alguém lutando e
ninguém transmite. Que país esquisito, até nos esportes!
Flávio De Rosa"
Ou: ""Caro Eduardo, quero saber onde estão as pessoas aficionadas pela nobre arte, dentro da
mídia, que não trazem de volta o
espaço reservado ao boxe. Acredito que, como eu, outros também
sofrem em silêncio, sempre esperando e torcendo para que possamos voltar a ver boxe.
Chico Felix"
Felix, eu recomendaria que, em
vez de ""sofrer em silêncio", você e
todos os outros insatisfeitos seguissem o exemplo do Flávio, dirigindo seus comentários às emissoras de TV. Somente assim eles
saberiam que o público está insatisfeito com a atual situação.
Nos EUA, após um longo período fora da TV aberta, o boxe volta
a essas emissoras. Seria interessante que as TVs brasileiras, que
importam muita coisa da programação das emissoras dos EUA,
adotassem mais esta tendência.
Superpenas 1
O mais provável adversário
do brasileiro Acelino Freitas,
o Popó, campeão dos superpenas pela Organização
Mundial de Boxe, em uma
eventual unificação de títulos, o cubano Joel Casamayor, coloca o cinturão da Associação Mundial de Boxe
em jogo no dia 6 de janeiro
contra o ex-campeão Roberto Garcia.
Superpenas 2
Campeão pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe), o norte-americano Floyd Mayweather assinou contrato para
enfrentar o compatriota Diego Corrales no dia 20 de janeiro, nos EUA. Ambos são
considerados atualmente os
melhores lutadores da categoria. Corrales havia abdicado recentemente do cinturão
da Federação Internacional
de Boxe por causa de dificuldades para ""dar o peso", mas
resolveu enfrentar Mayweather após uma discussão.
E-mail eohata@folhasp.com.br
www.uol.com.br/folha/pensata
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