São Paulo, sexta-feira, 01 de dezembro de 2000

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BOXE
Quem cala consente

EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O combate reunindo os invictos Félix ""Tito" Trinidad e Fernando Vargas, pela unificação dos cinturões dos médios-ligeiros, mais do que acirrar a tradicional rivalidade entre mexicanos (Vargas é norte-americano descendente de mexicanos) e porto-riquenhos, tem o potencial para ser a ""luta do ano".
O vencedor do combate também tem a chance de ser reconhecido como o melhor lutador da atualidade, dependendo da maneira como atingir a vitória.
Trinidad, para quem não se lembra, tirou a invencibilidade de Oscar de la Hoya (em combate polêmico, é verdade) no ano passado. Vargas, por outro lado, registrou vitórias sobre os ex-campeões ""Yori Boy" Campas, Raul Marquez, Ike ""Bazooka" Quartey e também sobre Ronald ""Winky" Wright (leia as estatísticas de ambos os pugilistas na versão eletrônica desta coluna no http://www.uol.com.br/folha/pordentrodosesportes/indexsex.htm).
E adivinhem! Os brasileiros não vão assistir mais essa apresentação, o que não deveria ser surpresa, visto que as TVs ignoraram os últimos três mais importantes combates entre pesos-pesados (até o fechamento desta coluna nenhuma emissora havia confirmado a transmissão da luta).
Consultadas sobre o motivo para tal desinteresse, as emissoras de TV, inclusive aquelas especializadas em esportes, apresentam várias justificativas, que vão de motivos comerciais (""negociamos com antecedência o espaço dos comerciais dos filmes dos sábados e quando há lutas não há mais tempo hábil para mudar isso") a técnicos (""não há espaço na grade de programação"). Ou fogem do assunto (""Isso é temporário. Estamos estudando nossa programação para o próximo ano").
Mas não adianta explicar isso aos torcedores, que, inconformados, têm enviado e-mails sobre o assunto para esta coluna.
""Mandei um e-mail para o Sportv perguntando a eles porque a emissora não transmitia lutas de boxe. Eles responderam que não havia lugar na grade. Pois, se um canal de esporte não tem lugar para transmitir lutas de boxe, o que poderemos esperar da Globo, SBT e outras emissoras? Toda semana tem alguém lutando e ninguém transmite. Que país esquisito, até nos esportes!
Flávio De Rosa"
Ou: ""Caro Eduardo, quero saber onde estão as pessoas aficionadas pela nobre arte, dentro da mídia, que não trazem de volta o espaço reservado ao boxe. Acredito que, como eu, outros também sofrem em silêncio, sempre esperando e torcendo para que possamos voltar a ver boxe.
Chico Felix"
Felix, eu recomendaria que, em vez de ""sofrer em silêncio", você e todos os outros insatisfeitos seguissem o exemplo do Flávio, dirigindo seus comentários às emissoras de TV. Somente assim eles saberiam que o público está insatisfeito com a atual situação.

Nos EUA, após um longo período fora da TV aberta, o boxe volta a essas emissoras. Seria interessante que as TVs brasileiras, que importam muita coisa da programação das emissoras dos EUA, adotassem mais esta tendência.

Superpenas 1
O mais provável adversário do brasileiro Acelino Freitas, o Popó, campeão dos superpenas pela Organização Mundial de Boxe, em uma eventual unificação de títulos, o cubano Joel Casamayor, coloca o cinturão da Associação Mundial de Boxe em jogo no dia 6 de janeiro contra o ex-campeão Roberto Garcia.

Superpenas 2
Campeão pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe), o norte-americano Floyd Mayweather assinou contrato para enfrentar o compatriota Diego Corrales no dia 20 de janeiro, nos EUA. Ambos são considerados atualmente os melhores lutadores da categoria. Corrales havia abdicado recentemente do cinturão da Federação Internacional de Boxe por causa de dificuldades para ""dar o peso", mas resolveu enfrentar Mayweather após uma discussão.
E-mail eohata@folhasp.com.br www.uol.com.br/folha/pensata


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