São Paulo, sábado, 01 de dezembro de 2001

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Mais vulnerável, seleção precisa confiar na sorte

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos metade dos participantes do Mundial do ano que vem têm condições reais de vencer o Brasil no torneio, seja pela qualidade desses, seja pela vulnerabilidade e pela previsibilidade do jogo atual brasileiro.
A defesa de Luiz Felipe Scolari, é certo, terá três zagueiros, até agora nada entrosados, e deverá sofrer com seleções que tenham jogadores de frente com boa movimentação e velocidade.
Seja a poderosa França, com Zidane, Djorkaeff, Henry e Trezeguet, a instável Nigéria, com Okocha, Finidi, Babagida e Kanu, ou mesmo a humilde Costa Rica, com Medford, Gomez, Wanchope e Fonseca podem deixar o time nacional em polvorosa.
Defensivamente, não há ""bobos" no Mundial, embora Japão, Senegal e Tunísia tenham frágil retaguarda. O Brasil não terá facilidade para marcar como em outros Mundiais. Times de ponta, como a Itália, medianos, como a Irlanda, e de pouca expressão, como os EUA, são duras barreiras para qualquer ataque, especialmente para os que dependem dos lances de bola parada.
Todos os adversários sabem da predileção do Brasil em atacar pelas laterais. Cafu e Roberto Carlos têm sido bem marcados pelos rivais quando ganham liberdade para apoiar. Com o jogo afunilado, fica difícil a ação dos poucos armadores do país.
Se tomarmos a Espanha de 98 como exemplo, a situação da seleção preocupa. Em grupo difícil, os espanhóis somaram quatro pontos, deram goleada e, mesmo assim, não foram às oitavas.
Uma derrota e um empate possivelmente condenariam o Brasil na primeira fase. Assim, o sorteio de hoje dos grupos da Copa é decisivo para o país, o que não aconteceu nos últimos Mundiais.
A temer hoje, em especial, Portugal, Inglaterra, Croácia, Camarões, Nigéria, México, Irlanda e Turquia. Cantar vitória antes, de poucos.


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