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Crise força F-1 a economizar em 2009
Siuação econômica mundial afeta setores financeiro, automobilístico e petrolífero, seus principais patrocinadores
Em cooperação inédita, equipes formam associação, cuja primeira missão foi apresentar propostas para reduzir custos da categoria
FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL
A F-1 encerrou 2008 demonstrando bastante preocupação com o próximo Mundial.
Esporte que requer investimentos gigantescos, a categoria
ainda não foi seriamente afetada com os efeitos da crise econômica em 2009, mas sua principal fonte de receitas, os patrocinadores, sofreu fortes abalos.
Cientes da gravidade da situação e da previsão de um futuro difícil, as escuderias criaram neste ano a Fota (Associação das Equipes de F-1), cuja
primeira missão foi estudar
medidas para apresentar propostas que reduzam os custos.
Por anos, a indústria tabagista foi a grande mantenedora da
principal categoria do automobilismo, que atualmente se
apóia nos setores financeiro,
automobilístico e petrolífero.
O ING, maior banco da Holanda e parceiro da Renault, teve prejuízo de 478 milhões no
terceiro trimestre, o primeiro
da história da companhia. Em
outubro, recebeu aporte de
10 bilhões, metade do que o governo do país reservou para
bancos em dificuldades.
Já o RBS (Royal Bank of Scotland), que patrocina a Wil-liams, foi parcialmente estatizado. O governo britânico
anunciou a compra de 20 bilhões de libras em ações.
Os balanços recentes de
montadoras da categoria também indicam perdas.
As vendas da Renault recuaram 2,2% no último trimestre.
E a filial da Argentina já dispensou 300 trabalhadores.
Já a italiana Fiat, dona da
Ferrari, teve pequeno lucro no
período, mas prevê recuo de
20% nas vendas neste ano.
A Ferrari do Brasil festeja o
fato de que, apesar da crise, deve manter em 2008 os mesmos
resultados do ano passado.
Já a previsão para a Toyota é
de queda de 70% no faturamento ao final de seu ano fiscal, em março, e a demissão de
mais de 3.000 empregados no
Japão. Se as previsões se confirmarem, será a primeira queda nos ganhos em nove anos.
O setor petrolífero, que viu a
cotação do barril de petróleo
despencar do pico histórico de
US$ 145,29 de julho para cerca
de US$ 55, também acabou tragado pela crise global. As ações
da Exxon Mobil, parceira da
McLaren, caíram em outubro
ao menor nível em 21 anos,
apesar dos lucros recordes
anunciados recentemente.
Não à toa, a redução de custos é a prioridade um da Fota.
"Com a situação financeira global, da qual também fazemos
parte, estamos trabalhando duro para achar uma solução o
mais cedo possível", disse Flavio Briatore, chefe da Renault.
Contra a crise, os dirigentes
citam uma cooperação conjunta sem precedentes. "Estamos
focados em 2009, o que exige
uma decisão unânime para ser
implantada", afirmou Ron
Dennis, da McLaren. "É preciso uma significativa redução de
custos para todas as equipes,
principalmente as menores."
Se as grandes escuderias demonstram preocupação, pelo
menos uma pequena já começou a contenção de despesa.
Patrocinada pela aérea Fly
Kingfisher, a Force India alterou vôo para vir a São Paulo no
mês passado para o último GP
do ano. Seus integrantes tiveram que fazer escala em Portugal. O tempo da viagem aumentou, mas o custo caiu.
A equipe não comentou a situação, afirmando que a Fota
representa o interesse de todas
as escuderias sobre o assunto,
que será discutido na próxima
reunião do Conselho Mundial,
no dia 12 deste mês, em Mônaco. Será o último encontro entre os dirigentes neste ano.
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