São Paulo, quarta-feira, 01 de dezembro de 2010

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Teixeira enfrenta ação no Brasil

FIFA
Cartola é acusado pelo Ministério Público de ter criado a Sanud para lavar dinheiro


Arnd Wiegmann/Reuters
Pôster no local onde serão anunciadas as sedes das Copas de 2018 e 2022, em Zurique

MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO

O presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa-14, Ricardo Teixeira, ainda enfrenta processo na Justiça brasileira por causa da Sanud, a empresa acusada de receber propinas da ISL.
O cartola foi denunciado pelo Ministério Público Federal do Rio em 7 de maio de 2008, acusado de lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro nacional e crime tributário. A ação foi acatada pela Justiça.
A defesa de Teixeira, que tenta trancar a ação desde o início, nega as acusações.
O processo corre na 6ª Vara Federal Criminal do Rio. Havia uma audiência marcada para a última sexta-feira, à qual Teixeira deveria comparecer. Mas a defesa conseguiu, com um recurso no Tribunal Federal da 2ª Região, a suspensão da audiência dois dias antes de sua realização.
A ação está parada até que seja julgado um pedido de habeas corpus, que pede seu trancamento -o julgamento será realizado na próxima terça, 7 de dezembro, no Rio.
O advogado de Teixeira, José Mauro Couto de Assis, alegou "inépcia da denúncia e falta de justa causa" para pedir o trancamento -o que Teixeira já obteve em outras ações oriundas da CPI do Futebol, em 2001, no Senado.
O relator do processo, André Fontes, votou pela continuidade do processo, mas foi vencido por Messod Azulay Neto e Liliane Roriz, que aceitaram o recurso da defesa.
A audiência foi suspensa no dia 24, menos de uma semana antes de a BBC, um jornal alemão e um jornal suíço publicarem que Teixeira recebeu propina da ISL, falida agência de marketing da Fifa, por meio da Sanud.
Registrada no paraíso fiscal de Liechtenstein, a Sanud teria recebido, segundo a imprensa europeia, US$ 9,5 milhões (R$ 16 milhões). Os pagamentos teriam ocorrido entre 1992 e 1997.
A CPI do Futebol apurou que a Sanud enviou R$ 2,9 milhões para Teixeira (por meio de uma empresa sua, a RLJ), entre 1995 e 1999. Para a CPI, o dinheiro seria "oriundo de paraíso fiscal e de propriedade desconhecida".
A denúncia do Ministério Público se baseia nesse relatório da CPI. A Sanud, acusa o procurador Marcelo de Figueiredo Freire, teria "o objetivo de reintroduzir na economia formal com aparência de legalidade recursos que [Ricardo Teixeira] mantinha ilegalmente no exterior".
A defesa de Teixeira afirma que o dirigente não é proprietário da Sanud.
Os balancetes da RLJ, analisados pela CPI, indicavam que os R$ 2,9 milhões recebidos da Sanud seriam empréstimos. Ainda segundo a CPI, a Sanud fechou em 1999 sem nunca ter recebido ou cobrado de volta esses valores.


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