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Morumbi, 40, ignora tamanho
e busca ser o "melhor" do país
da Reportagem Local
""O maior estádio particular do
mundo" foi o slogan do Morumbi
desde a sua inauguração, mas,
diante dos problemas estruturais
do mesmo e das exigências dos
inspetores da Fifa, o estádio entra
em 2000 só atrás do rótulo de
""melhor estádio privado do país".
Há 40 anos, a primeira parte do
sonho são-paulino de ter o mais
colossal de todos os estádios privados foi concretizada, quando o
São Paulo venceu o Sporting, de
Portugal, por 1 a 0, e inaugurou
parcialmente o estádio, projetado
para receber 150 mil pessoas, o
que, pelo menos em jogos de futebol, acabou nunca acontecendo.
Há 30 anos, o sonho ficou mais
próximo da realidade, quando o
São Paulo empatou com outro time português, o Porto, na inauguração total do Morumbi.
O sonho são-paulino, porém,
nunca foi concreto de verdade.
Não só porque o estádio não teve a melhor das estruturas, o que
reflete agora na necessidade de
dezenas de amortecedores, mas
também porque a Fifa insistiu ao
longo dos anos em não reconhecer o Morumbi como o maior estádio particular do mundo.
A máxima entidade do futebol
costuma divulgar que o Camp
Nou, do Barcelona, com capacidade para 120 mil pessoas, é o
maior estádio privado do planeta.
O Morumbi encolheu progressivamente nesta década e, para o
Mundial de Clubes, acolherá apenas 59 mil pessoas, 91 mil a menos
do que previa seu projeto inicial.
Em 1994, a capacidade do estádio era ainda mais modesta
-apenas 44 mil torcedores.
Para a realização do Mundial de
Clubes, o estádio, que irá abrigar
seis jogos da primeira fase da
competição, teve que se adequar
às normas da Fifa e recebeu 35 mil
assentos no setor de arquibancadas, um moderno e equipado
centro de imprensa para cerca de
500 jornalistas e novos vestiários,
para jogadores e árbitros.
Além disso, outras reformas,
como a comunicação visual do estádio e o desenvolvimento de setor para deficientes físicos, tiveram que ser providenciadas.
""O grosso está pronto. Estão faltando só detalhes de montagem,
que não tinham sido feitos antesdevido às finais do Campeonato
Brasileiro", disse Júlio Mariz, diretor-executivo do Comitê Organizador Local (COL) do Mundial
de Clubes da Fifa no Brasil.
Nas semifinais do Nacional, no
início do mês passado, o Corinthians usou uma acanhada sala
como vestiário, já que os principais estavam sendo reformados.
Aproximadamente, foi gasto
US$ 1 milhão nas reformas do
Morumbi. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) arcou com
a maior parte das despesas.
As obras no Morumbi, porém,
estão longe de acabar. O presidente do São Paulo, José Augusto
Bastos Neto, expôs, durante a
apresentação dos ingressos do
Mundial, novamente os problemas com os amortecedores.
Segundo o dirigente, ainda é
preciso instalar 50 amortecedores
no estádio. O clube já colocou 22,
mas são necessários 72 para que
as vibrações fiquem sob controle.
O São Paulo já contratou a instalação de outros 14 amortecedores. A Federação Paulista de Futebol (FPF) se prontificou a custear
a instalação dos 36 restantes -a
Folha apurou que o Corinthians,
satisfeito com a condição de ""inquilino" no Morumbi, deverá
bancar até 22 amortecedores.
Cada amortecedor custa aproximadamente US$ 36 mil. O Corinthians poderia ajudar o São
Paulo com até US$ 792 mil.
As dificuldades são-paulinas
acontecem também por um fato
da economia do país. Com a desvalorização do real, no início do
ano passado, os custos para a instalação dos amortecedores aumentaram muito, já que o material é todo importado.
Bastos Neto garante que todos
os amortecedores serão colocados até março e que o estádio estará perfeito em abril, quando
acontecem as eleições no clube.
Antes disso, porém, o Morumbi
abrigará seu primeiro Mundial
-na Copa do Mundo de 1950, os
jogos realizados em São Paulo
aconteceram no estádio do Pacaembu.
(RBu)
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