São Paulo, Domingo, 02 de Janeiro de 2000


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ATLETISMO
Prova paulistana abre temporada em que atletas tentam índice olímpico, inclusive Paul Tergat
São Silvestre inicia corrida a Sydney

Ernesto Rodrigues/Folha Imagem
O queniano Paul Tergat, que ainda não tem vaga garantida para a Sidney-2000, cruza a faixa de chegada da São Silvestre


FERNANDO ITOKAZU
JOÃO CARLOS BOTELHO
RODRIGO BERTOLOTTO
da Reportagem Local

Dos atletas que disputaram a 75ª São Silvestre, anteontem, apenas a equatoriana Martha Tenório já tem vaga assegurada para a Olimpíada de Sydney, que começa em 15 de setembro.
A prova de anteontem significou o começo da temporada que os demais atletas esperam terminar com a participação olímpica.
""O comitê olímpico de meu país já confirmou minha presença na maratona. Com isso, posso treinar tranquila", disse Tenório, que terminou na quarta colocação.
A presença na Austrália não está confirmada nem para o queniano Paul Tergat, tetracampeão da prova paulistana. Apesar de deter a quarta melhor marca mundial em 1999 dos 10 mil metros, ele terá de disputar a seletiva que o país fará para escolher os três representantes na prova.
""No Quênia, há muita concorrência nessas provas de longa distância. Espero ser bem sucedido no dia da seletiva", disse Tergat após a nova vitória em São Paulo.
Nessa disputa classificatória, Tergat terá de concorrer novamente com alguns conterrâneos que ele bateu ontem, como William Kiplagat (terminou em terceiro), David Chelule (oitavo) e Simon Rono (nono).
Tergat conquistou a medalha de prata nos Jogos de 1996, em Atlanta (EUA), nos 10 mil metros. ""Quero voltar a uma Olimpíada e ver se posso ir além da prata", disse o atleta.
No Quênia, as provas de fundo do atletismo são muito populares. O resultado é que os fundistas do país são considerados os melhores do mundo, dominando nos últimos anos as competições de longa distância nos Mundiais e nas Olimpíadas.
Vencedora da São Silvestre, a queniana Lydia Cheromei também vai ter de encarar de novo Delillah Asiago e Esther Kiplagat, que terminaram, respectivamente, como segunda e terceira.
Já a iugoslava Olivera Jetvic, vencedora da São Silvestre em 1998 e oitava na última edição, vai tentar vagas nos 5 mil e nos 10 mil metros. ""Acho que a próxima será minha melhor temporada", afirmou a corredora de 22 anos.
Para o sul-africano Hendrick Ramaala, o cenário é melhor, com mais chances de estar nos Jogos Olímpicos, porque o nível técnico das seletivas é mais baixo.
Ele foi terceiro colocado na São Silvestre de 1997, segundo em 1998, mas terminou a última corrida em 11º lugar.
Ramaala vai tentar o índice para a prova dos 10 mil metros. ""Tenho até maio para conseguir. Acho que dá tempo", afirmou.

Brasil
Entre os brasileiros, o paranaense Vanderlei Cordeiro de Lima é o que tem mais chances. Ele fez a melhor marca brasileira da maratona em 1999. Como o país tem três vagas olímpicas, Vanderlei só não vai a Sydney se outros três atletas superarem sua marca (2h08min40s, que ele fez em Fukuoka, no Japão).
""O Vanderlei está numa fase de treinamento muito melhor que a minha. Ele tem grandes chances", afirma Émerson Iser Bem, vencedor da São Silvestre em 1997 e que espera chegar ao índice dos 5 mil e dos 10 mil metros.
""Quero superar os problemas de contusão que tive em 1999 e estar representando o Brasil em Sydney", disse Iser Bem.
Já Cleusa Maria Irineu, brasileira mais bem colocada anteontem (sexta), planeja seu semestre para chegar ao índice dos 10 mil metros e da maratona. ""Decidi que agora vai ou racha. Meu trabalho é correr, e a consagração dele é participar da Olimpíada."
A provas de fundo em que o Brasil tem mais chances nos Jogos de Sydney é a maratona olímpica, na qual já teve Ronaldo da Costa como recordista. O atleta, porém, ainda não assegurou sua vaga.


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