São Paulo, domingo, 02 de janeiro de 2011

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ANÁLISE

Símbolo é chance de trazer, pelo design, qualidade de vida

ELIANNE JOBIM
RODOLFO CAPETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O briefing para a marca dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016 era extenso: energia contagiante, diversidade harmônica, natureza exuberante e espírito olímpico.
Mesmo de uma marca de evento -que, pontual e festiva, não precisa estar aberta à eterna atualização de seu sentido- dificilmente pode-se exigir tal carga de representação.
O trabalho realizado procura atender com brio à encomenda e traz aspectos que o situam numa linhagem do design atual: o encantamento das curvas; a perfeição do algoritmo, que busca, como no ideal olímpico, superar a precariedade do gesto humano; a ilusão de tridimensionalidade e gradações abstratas de cor que terminam por abdicar da natureza planar do ritmo e do desenho modernos, em que menos era mais. A forma pura da razão.
Em todo caso, enquanto uma marca tem o poder de concentrar simbolicamente o evento -oferecendo, além de um ponto focal, oportunidades comerciais-, o mais importante, num projeto dessa natureza, será todo o conjunto de elementos que demonstrará a consistência da opção pelo design: dos equipamentos aos pictogramas, da sinalização aos mapas.
E que essa opção transcenda o tempo e lugar dos Jogos e se estenda amplamente por toda a cidade. Talvez seja essa uma chance de trazer, pelo design, melhor qualidade de vida para todos.

ELIANNE JOBIM e RODOLFO CAPETO são designers e professores da Esdi (Escola Superior de Desenho Industrial) da Uerj.


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