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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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BASQUETE

Calendário da liga americana coincide com o da equipe nacional e pode provocar impasse para "estrangeiras"

WNBA cria "escolha de Sofia" para as atletas da seleção

DA REPORTAGEM LOCAL

O calendário da WNBA deve provocar uma "escolha de Sofia" para as jogadoras brasileiras que atuarem na liga norte-americana de basquete nesta temporada.
Se forem para o exterior, as atletas podem ser obrigadas a optar entre vestir a camisa verde-amarela ou disputar o título do mais importante campeonato feminino de clubes do mundo.
A fase regular da WNBA começará a ser disputada no dia 22 de maio e vai até 25 de agosto.
Três dias depois do encerramento da primeira etapa, as equipes iniciam os mata-matas. A série que decide o título do campeonato está marcada para começar no dia 12 de setembro.
Enquanto a disputa se desenrola nos EUA, as seleções brasileiras também têm importantes compromissos marcados.
Para as jogadoras da equipe nacional sub-21, a competição mais gabaritada será o Campeonato Mundial, na Croácia, que vai de 25 de julho a 3 de agosto, em plena temporada regular da WNBA.
Nesse cenário, a ala-armadora Iziane, que no ano passado jogou pelo Miami Sol, e a pivô Érika, do Los Angeles Sparks, podem ficar em situação complicada. Para jogar novamente nos times norte-americanos, podem ter de abdicar da seleção -e vice-versa.
Já a ala Janeth, por exemplo, se renovar seu compromisso com o Houston Comets, enfrentará o dilema caso seu time chegue aos playoffs da liga americana, a partir do dia 28 de agosto.
O Pré-Olímpico feminino de basquete vai de 10 a 14 de setembro, no México. No mesmo período, a WNBA inicia suas finais.
Para novamente disputar o título -foi tetracampeã da liga em 1997, 1998, 1999 e 2000-, a principal jogadora do Brasil teria de abrir mão da seleção.
Deixar o campeonato dos EUA ao fim da fase regular também não representará grande vantagem para as brasileiras.
As jogadoras poderão participar do Pré-Olímpico, mas se apresentarão desgastadas e às vésperas do início da competição.
No Mundial da China, no ano passado, a seleção brasileira ficou apenas em sétimo lugar contando com oito atletas que jogaram na WNBA entre as 11 do grupo -Janeth, Iziane, Érika, Cíntia Tuiú (Orlando Miracle), Claudinha (Miami Sol), Helen (Washington Mystics), Adrianinha (Phoenix Mercury) e Kelly (Detroit Shock).
Após a má campanha da equipe, a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) elegeu a falta de tempo para preparação como a principal culpada pelo resultado em quadras chinesas.
Para evitar que isso se repita neste ano, quando o time busca vaga nos Jogos Olímpicos de 2004 (e só o vencedor do Pré-Olímpico irá a Atenas), o presidente da entidade afirmou que pretende repatriar as atletas.
Gerasime Bozikis, o Grego, quer utilizar recursos da Lei Piva para manter as atletas no Brasil.
Das 12 jogadoras que atuaram no Mundial da China, em 2002, apenas cinco jogaram no último Nacional: Janeth, Micaela, Érika e as irmãs Helen e Silvinha.
Na última temporada da WNBA, entre as brasileiras, somente Janeth foi titular. A ala ficou em quadra durante cerca de 30 minutos por jogo. As outras sete representantes do Brasil, somadas, jogaram, em média, apenas 11,1 minutos por partida.
Apesar de não terem jogado muito, a passagem pela liga americana foi importante para dar mais experiência às novatas Iziane e Érika, ambas com 20 anos.
Érika, que atuou no campeão LA Sparks, voltou ao Brasil e foi um dos principais destaques do São Paulo-Guaru, que conquistou em janeiro o título do Nacional.



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