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Apito encosta medalhões e prestigia inexperiência
Árbitros da Fifa ficaram afastados da maioria dos sorteios do Paulista-2007
Em apenas 50 partidas,
31 juízes trabalharam na competição, cheia de lances bizarros e reclamações de jogadores e treinadores
EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Medalhões encostados e uma
alta rotatividade de novatos. É
assim o apito do Paulista-2007,
recheado de erros bizarros e
polêmicas, como a expulsão de
três jogadores do Corinthians
contra o São Caetano.
Para os 50 primeiro jogos da
competição, a federação paulista escalou nada menos do que
31 árbitros diferentes. Com um
quadro muito maior e numa
competição com 380 partidas, a
CBF utilizou 42 juízes em todo
o Brasileiro de 2006.
Para dar oportunidades a
gente que está nos primeiros
anos de elite da bola (recebem
R$ 1.700 por jogo, contra R$
2.200 de um árbitro Fifa), os
cartolas paulistas deixam nomes famosos fora dos sorteios.
A começar pelos três juízes
do Estado que fazem parte do
quadro da Fifa. Das cinco rodadas disputadas até agora, Sálvio
Spínola Fagundes Filho só entrou em um sorteio. Paulo César de Oliveira e Wilson Seneme participaram de dois.
Nos jogos dos times grandes,
nem o ranking elaborado pela
federação é levado em conta.
Nos cinco jogos do Corinthians
até aqui, por exemplo, só em
um o designado foi alguém que
está entre os dez melhores da
lista. Otávio Corrêa da Costa,
que expulsou três jogadores do
clube anteontem no Pacaembu,
é o 15º no ranking.
Marcos Marinho, o chefe da
arbitragem paulista, defende
sua política de pouco uso dos
medalhões até o momento.
""Estamos aproveitando-os
normalmente. O que acontece
é que costumamos poupá-los
para grandes clássicos", diz.
Marinho não vê a possibilidade de os árbitros mais famosos perderem ritmo por apitarem pouco -ninguém trabalhou em mais do que dois jogos.
"Não há o perigo de isso
acontecer. Eles também atuam
nas séries A-2 e A-3, não ficam
muito tempo parados."
José de Assis Aragão, presidente da Associação Nacional
dos Árbitros de Futebol, defende a política de Marinho. "Esse
foi um critério que ele adotou.
[O rodízio] serve para prestigiar e revelar árbitros novos.
Ele tem que pensar em quem
está surgindo para substituir
quem está para ser jubilado."
Ele até entende deslizes cometidos por novatos, como
Paulo Roberto Ferreira, que
mandou um jogo (Rio Claro x
Barueri) começar sem a bola.
"Foi uma distração pelo fato de
ser um árbitro novo apitando
um jogo da primeira divisão.
Então tem aquela emoção."
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