São Paulo, sexta-feira, 02 de fevereiro de 2007

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Apito encosta medalhões e prestigia inexperiência

Árbitros da Fifa ficaram afastados da maioria dos sorteios do Paulista-2007

Em apenas 50 partidas, 31 juízes trabalharam na competição, cheia de lances bizarros e reclamações de jogadores e treinadores

EDUARDO OHATA
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Medalhões encostados e uma alta rotatividade de novatos. É assim o apito do Paulista-2007, recheado de erros bizarros e polêmicas, como a expulsão de três jogadores do Corinthians contra o São Caetano.
Para os 50 primeiro jogos da competição, a federação paulista escalou nada menos do que 31 árbitros diferentes. Com um quadro muito maior e numa competição com 380 partidas, a CBF utilizou 42 juízes em todo o Brasileiro de 2006.
Para dar oportunidades a gente que está nos primeiros anos de elite da bola (recebem R$ 1.700 por jogo, contra R$ 2.200 de um árbitro Fifa), os cartolas paulistas deixam nomes famosos fora dos sorteios.
A começar pelos três juízes do Estado que fazem parte do quadro da Fifa. Das cinco rodadas disputadas até agora, Sálvio Spínola Fagundes Filho só entrou em um sorteio. Paulo César de Oliveira e Wilson Seneme participaram de dois.
Nos jogos dos times grandes, nem o ranking elaborado pela federação é levado em conta. Nos cinco jogos do Corinthians até aqui, por exemplo, só em um o designado foi alguém que está entre os dez melhores da lista. Otávio Corrêa da Costa, que expulsou três jogadores do clube anteontem no Pacaembu, é o 15º no ranking.
Marcos Marinho, o chefe da arbitragem paulista, defende sua política de pouco uso dos medalhões até o momento.
""Estamos aproveitando-os normalmente. O que acontece é que costumamos poupá-los para grandes clássicos", diz.
Marinho não vê a possibilidade de os árbitros mais famosos perderem ritmo por apitarem pouco -ninguém trabalhou em mais do que dois jogos.
"Não há o perigo de isso acontecer. Eles também atuam nas séries A-2 e A-3, não ficam muito tempo parados."
José de Assis Aragão, presidente da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, defende a política de Marinho. "Esse foi um critério que ele adotou. [O rodízio] serve para prestigiar e revelar árbitros novos. Ele tem que pensar em quem está surgindo para substituir quem está para ser jubilado."
Ele até entende deslizes cometidos por novatos, como Paulo Roberto Ferreira, que mandou um jogo (Rio Claro x Barueri) começar sem a bola. "Foi uma distração pelo fato de ser um árbitro novo apitando um jogo da primeira divisão. Então tem aquela emoção."


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