São Paulo, sábado, 02 de fevereiro de 2008 |
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MOTOR Todos por um
FÁBIO SEIXAS EDITOR-ADJUNTO DE ESPORTE R EPOUSA EM minha mesa a atual edição da "Racing Line", a revista oficial da McLaren. Na capa, Hamilton, de gorro, abrigo e tênis, corre às margens de uma estrada na Finlândia acompanhado por outros funcionários da equipe. No índice, mais duas fotos do garoto. Duas páginas à frente, ele aparece participando de uma entrevista ao "Top Gear", da BBC, e na inauguração de uma loja da Vodafone em Londres. Na página seguinte, surge com Viviane Senna e Damon Hill numa premiação da "Autosport". Ao lado, uma foto mostra o piloto em visitas a uma unidade da Mercedes e a uma destilaria da Johnnie Walker. É assim página após página, até a última. Fiz as contas. Nas 46 páginas da publicação, há 37 fotos de Hamilton, nas mais variadas situações: autografando sua biografia, puxando peso, concedendo mais entrevistas... E, pasmem, pilotando! E Kovalainen? Bom, o finlandês também aparece. Uma vez. Desse caso, três conclusões. A aposta da McLaren em Hamilton é mais séria do que a prudência recomendaria. Ok, ele fez um 2007 sensacional, mas uma temporada parece ser uma amostragem pequena -e arriscada- para empenhar uma equipe com o tamanho e a história da McLaren. Pode dar certo? Pode. Pode dar errado? Bem, não seria exatamente a primeira vez que um esportista brilhante num campeonato murcha no ano seguinte. A segunda conclusão: não há plano B. Mais do que qualquer outra equipe atual, a McLaren começa 2008 com primeiro e segundo pilotos bem definidos. Kovalainen é coadjuvante, e Dennis faz questão de deixar isso bem claro, escancarado. É como se ele só tivesse sido contratado porque o regulamento esportivo exige dois pilotos por time. A terceira: mais do que um afilhado, Hamilton já se tornou uma espécie de alter ego de Dennis. É aquele em quem confia como em si mesmo. Até porque topa qualquer parada, qualquer serviço para a McLaren ou seus patrocinadores em qualquer parte do mundo. E se isso parece um detalhe, saiba que não é. Hoje, os pilotos passam muito mais tempo fazendo RP do que dirigindo seus carros. E não curtir ou não fazer bem esse trabalho pode ser fatal. Montoya, Villeneuve e Speed que o digam. Conseguiram piorar? A Honda apresentou seu carro na terça, com discurso otimista. Button disse estar animado e classificou de "fantástica" a concepção do modelo. Barrichello, empolgado, voltou a falar no sonho do título. Na prática, porém, a coisa anda mais feia do que em 2007. Contando com ontem, até agora foram três dias de testes com o RA108, dois em Valencia, um em Barcelona. Nos três dias, a Honda usou dois pilotos. Nos três dias, eles foram penúltimo e último na folha de tempos. fseixas@folhasp.com.br Texto Anterior: F-1: Sem rivais, Hamilton domina treinos Próximo Texto: "Piercing" de juiz leva Santos à Justiça Índice |
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