Santo André aproveita péssima atuação do rival, cuja última derrota havia sido em agosto, e interrompe série no Morumbi

São Paulo 0
Santo André 2

Eduardo Knapp/Folha Imagem

Hernanes sofre falta na derrota do São Paulo

RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Numa tarde de péssima atuação em todos os setores, o São Paulo perdeu a invencibilidade de 22 jogos e cinco meses e meio, diante do Santo André. A última derrota do time de Muricy Ramalho tinha sido contra o Grêmio (1 a 0), em 17 de agosto de 2008, pelo Brasileiro.
Era a segunda maior série de jogos sem derrota sob o comando do treinador. Agora, o time, que também estava há 21 jogos sem decepções no Morumbi, perdeu também a invencibilidade que ostentava em casa.
Quando perdeu pela última vez fora, no Sul, o time atravessava crise, com futebol pobre à frente e atrás. Foi o que se viu ontem. "Deu tudo errado. Tivemos poucas chances e, quando chegamos, não conseguimos finalizar. Serve como alerta", analisou o ala Jorge Wagner.
Desde o início do jogo, o São Paulo mostrou-se dispersivo na defesa, lento, com excesso de erros de passe no meio e sem pontaria na frente. Não foi páreo para um Santo André fechado atrás, porém rápido e eficiente nos contra-ataques.
O São Paulo finalizou 11 vezes -só três certas. Em relação ao restante do Paulista, o time concluiu menos a gol e com percentual de erro acima de sua média. Já o rival teve nove conclusões (quatro delas no gol).
Já era perceptível a maior agilidade do time do ABC logo no primeiro lance de perigo, quando Marcelinho concluiu na trave de Rogério. O alerta não foi suficiente. Aos 7min, Marcelinho cobrou escanteio fora da área, onde encontrou Elvis. Seu cruzamento pegou a defesa rival saindo, o que deixou Osny livre para marcar.
O São Paulo reagiu com tranquilidade ao gol. Até demais. Tanto que Marcelinho quase fez o segundo, em nova falha da zaga, que deixou o veterano livre para chutar para fora.
Com um Hernanes sem inspiração e sumido, os ataques são-paulinos ficavam limitados a tentativas de encontrar Washington na área. O problema é que, quando este lance funcionava, o atacante desperdiçava.
Foram seguidas as oportunidades perdidas pelo centroavante. Em uma delas, em rebote em que estava impedido, chutou para fora com apenas o goleiro à sua frente.
Não mudou o cenário para o segundo tempo. Foi em mais um contra-ataque, em que Júnior Dutra era cercado por são-paulinos, que saiu o segundo gol do Santo André, aos 10min. O chute de longe do meia pegou Rogério, de volta ao time, desprevenido. Pouco depois, Miranda acertou com o braço um adversário, em bola pelo alto. Como já tinha o cartão amarelo, levou o cartão vermelho.
A partir daí, a desorganização e o desespero tomaram conta dos são-paulinos. As três substituições (Arouca, Borges e Richarlyson) foram a tentativa de acertar o meio-campo e incrementar o ataque, cuja dupla testada da vez, Dagoberto e Washington, não engrenou.
Nada deu certo. Mais ofensivo, o São Paulo esbarrava no bloqueio de vários rivais à frente da área. Quando conseguia furá-lo, seus atacantes não acertavam o pé. "Não foi problema de entrosamento", explicou Washington.
O São Paulo fica fora da zona de classificação do Paulista, na sexta posição, com sete pontos, cinco a menos que o líder Palmeiras. O próximo jogo do time de Muricy será na quarta, contra o Bragantino, em casa.


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