Montanaro, presidente do Brasil Vôlei, ex-Banespa, procura patrocínio para manter a tradicional equipe

CIDA SANTOS
COLUNISTA DA FOLHA

QUEM ACOMPANHOU o vôlei nos últimos 25 anos, certamente assistiu a muitos jogos do velho e bom Banespa, que revelou feras como Marcelo Negrão, Giovane, Ricardinho, Gustavo e Murilo. Há dois anos, o time mudou o nome para Brasil Vôlei Clube e em maio pode encerrar as atividades.
Dos grandes clubes do vôlei brasileiro dos anos 80, é um dos últimos remanescentes ao lado do Minas. Não por acaso, os dois clubes com as peneiras mais concorridas e tradicionais do país. No Banespa, a disputa era pior do que um vestibular: média de 40 candidatos por vaga.
Cerca de 20 mil candidatos já passaram por esse processo. Em dezembro, pela primeira vez em 25 anos, as peneiras não aconteceram. Os atletas do infantojuvenil foram dispensados. Só os juvenis e o time principal, do líbero Escadinha, continuam em atividade.
O problema começou no início de 2009, quando o Santander, principal patrocinador, anunciou, com um ano de antecedência, que pararia de investir no vôlei a partir da temporada seguinte. Ou seja, só até o fim da Superliga, em maio.
Desde então, a luta é contra o tempo. O presidente do Brasil Vôlei, o ex-jogador Montanaro, está em busca de patrocínio e ainda não conseguiu nada. A única boa notícia foi a aprovação, pelo Ministério do Esporte, de isenção fiscal para quem investir em projetos esportivos: 6% para pessoa física e 1% para pessoa jurídica com base no lucro real.
Montanaro diz que a aprovação do projeto foi uma luz no fim do túnel. É um incentivo para quem quer investir, mas está difícil. Para manter as categorias de base, do infanto ao juvenil, o custo é R$ 1,7 milhão por temporada, valor que inclui alimentação, moradia, escola e uniforme.
O Brasil Vôlei Clube conta com toda a estrutura para treinos e jogos fornecida pela Prefeitura de São Bernardo. Para manter a base e o time principal, o valor total salta para algo em torno de R$ 6 milhões. Resta torcer por um final feliz para o Brasil Vôlei Clube, afinal, está em risco um projeto que formou grandes craques do vôlei brasileiro.

EUROPEU
Nesta semana, começa a disputa por uma vaga na fase final da Champions League, a Liga Europeia. No feminino, o Odintsovo, de Paula Pequeno e Walewska, enfrenta hoje o Fenerbahce, da Turquia. Amanhã, o Trentino, de Rapha e Leandro Vissotto, joga contra o Resovia, da Polônia, e o Dínamo Moscou, de Dante, pega o Olympiacos, do sérvio Ivan Miljkovic.


REAÇÃO MINEIRA
O Minas escolheu bem suas estrangeiras: a americana Nancy Metcalf e a dominicana Annery Vargas estão jogando um bolão. O time bateu dois favoritos, Rio e Osasco, e só tropeçou no líder Pinheiros.

cidasan@uol.com.br


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