|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Comitê adia prazo estourado por sedes da Copa
Obras na maioria dos estádios não começam na data-limite do comitê organizador, que agora marca para maio o início de reformas
DO PAINEL FC
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
O primeiro dia de obras no
Maracanã para a Copa-2014
durou uma hora e meia sob a
atenção de fotógrafos e equipes
de televisão. Quando as câmeras foram desligadas e deixaram o local, o trabalho parou.
Essa foi a cena ontem no provável palco da final do Mundial
na data-limite do COL (Comitê
Organizador Local) e da Fifa
para o início das reformas e
construções dos estádios.
Nem essa obra feita para a televisão foi vista na maioria das
sedes do Mundial. Dos 12 estádios da Copa, sete não começaram nada das construções e reformas para o evento.
Outras duas arenas, Morumbi e Mineirão, fizeram apenas
melhorias em sua infraestrutura até agora. O Beira-Rio instalou só estacas. E a Arena da Baixada já começou a mexer em
suas arquibancadas.
Resultado: o COL decidiu
postergar novamente o prazo
para o início das obras. Foi o
que explicou o presidente do
organismo, Ricardo Teixeira,
em e-mail às cidades-sedes.
"De toda maneira, nenhuma
das cidades-sedes poderá protelar o efetivo início das obras
de construção ou modernização de estádios após o dia 3 de
maio de 2010", afirmou o cartola no documento, obtido pela
Folha. Em seguida, ele disse
que isso não representa um
adiamento porque a Fifa e o
COL "estão observado quem as
começou [obras] no prazo requerido e quem não o fez".
O prazo inicial era fevereiro,
remarcado para março pelo
COL. O organismo também
cancelou outras das datas previstas no seu planejamento, como limite para lançar licitação
e para contratar as empreiteiras das obras, todas ignoradas
pelas cidades-sedes.
No mesmo e-mail, ontem,
Teixeira cobrou uma explicação em cinco dias às arenas do
Mundial por atrasos.
Salvador, Pernambuco, Natal, Brasília, Fortaleza, Manaus
e Cuiabá estão na lista, pelo levantamento da reportagem.
A maioria delas não tem
obras contratadas, nem licitações concluídas para começar a
mexer em seus estádios. Suas
previsões para colocar a mão na
massa variam entre o final deste mês e junho. De concreto ontem, só uma vistoria de técnicos na Fonte Nova.
Em São Paulo, o Morumbi
não teve obras ontem porque
está sendo preparado para o
show do Coldplay. Por enquanto, reformou esgotos e fez saneamento básico. "Até quinta
está parado", contou Adalberto
Baptista, do São Paulo. Por isso,
não foi possível fazer fotos.
Ao contrário do Maracanã,
no Rio, onde jornalistas foram
ver sete operários trabalhando
a partir das 14h20. Eles fizeram
sondagem de parte do solo, que
receberá uma das novas rampas de acesso ao estádio.
Essa obra custa R$ 100 mil e
representa 0,2% do total de R$
600 milhões. ""Com esse trabalho, mostramos que estamos
cumprindo o cronograma", disse a secretária estadual de Turismo, Esporte e Lazer do Rio
de Janeiro, Márcia Lins.
Às 16h10, quando a secretária
já tinha saído, a reportagem
voltou ao local. Não havia mais
nenhum operário trabalhando.
Texto Anterior: Fora: Ícone do Apartheid é vetado em estádio Próximo Texto: Os estádios Índice
|