São Paulo, terça-feira, 02 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Comitê adia prazo estourado por sedes da Copa

Obras na maioria dos estádios não começam na data-limite do comitê organizador, que agora marca para maio o início de reformas

DO PAINEL FC
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA

O primeiro dia de obras no Maracanã para a Copa-2014 durou uma hora e meia sob a atenção de fotógrafos e equipes de televisão. Quando as câmeras foram desligadas e deixaram o local, o trabalho parou.
Essa foi a cena ontem no provável palco da final do Mundial na data-limite do COL (Comitê Organizador Local) e da Fifa para o início das reformas e construções dos estádios.
Nem essa obra feita para a televisão foi vista na maioria das sedes do Mundial. Dos 12 estádios da Copa, sete não começaram nada das construções e reformas para o evento.
Outras duas arenas, Morumbi e Mineirão, fizeram apenas melhorias em sua infraestrutura até agora. O Beira-Rio instalou só estacas. E a Arena da Baixada já começou a mexer em suas arquibancadas.
Resultado: o COL decidiu postergar novamente o prazo para o início das obras. Foi o que explicou o presidente do organismo, Ricardo Teixeira, em e-mail às cidades-sedes.
"De toda maneira, nenhuma das cidades-sedes poderá protelar o efetivo início das obras de construção ou modernização de estádios após o dia 3 de maio de 2010", afirmou o cartola no documento, obtido pela Folha. Em seguida, ele disse que isso não representa um adiamento porque a Fifa e o COL "estão observado quem as começou [obras] no prazo requerido e quem não o fez".
O prazo inicial era fevereiro, remarcado para março pelo COL. O organismo também cancelou outras das datas previstas no seu planejamento, como limite para lançar licitação e para contratar as empreiteiras das obras, todas ignoradas pelas cidades-sedes.
No mesmo e-mail, ontem, Teixeira cobrou uma explicação em cinco dias às arenas do Mundial por atrasos.
Salvador, Pernambuco, Natal, Brasília, Fortaleza, Manaus e Cuiabá estão na lista, pelo levantamento da reportagem.
A maioria delas não tem obras contratadas, nem licitações concluídas para começar a mexer em seus estádios. Suas previsões para colocar a mão na massa variam entre o final deste mês e junho. De concreto ontem, só uma vistoria de técnicos na Fonte Nova.
Em São Paulo, o Morumbi não teve obras ontem porque está sendo preparado para o show do Coldplay. Por enquanto, reformou esgotos e fez saneamento básico. "Até quinta está parado", contou Adalberto Baptista, do São Paulo. Por isso, não foi possível fazer fotos.
Ao contrário do Maracanã, no Rio, onde jornalistas foram ver sete operários trabalhando a partir das 14h20. Eles fizeram sondagem de parte do solo, que receberá uma das novas rampas de acesso ao estádio.
Essa obra custa R$ 100 mil e representa 0,2% do total de R$ 600 milhões. ""Com esse trabalho, mostramos que estamos cumprindo o cronograma", disse a secretária estadual de Turismo, Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, Márcia Lins.
Às 16h10, quando a secretária já tinha saído, a reportagem voltou ao local. Não havia mais nenhum operário trabalhando.


Texto Anterior: Fora: Ícone do Apartheid é vetado em estádio
Próximo Texto: Os estádios
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.