São Paulo, quarta-feira, 02 de março de 2011

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TOSTÃO

Cada um tem seu lugar


Cada jogador, às vezes com a ajuda do técnico, precisa descobrir seu lugar e seu jeito de atuar


FLUMINENSE, CRUZEIRO e Santos jogam hoje pela Libertadores. Após o empate com o Nacional, do Uruguai, Muricy explicou à imprensa, que o criticou por escalar três zagueiros, que o zagueiro Digão atuou de lateral direito, em uma linha de quatro defensores, e que Mariano jogou de armador pela direita, em outra linha de quatro no meio-campo. Isso estava claro no jogo.
O fato me faz lembrar da estreia de Felipão na seleção brasileira, contra o Uruguai, pelas eliminatórias da Copa de 2002. O técnico escalou, no treino e no jogo, o zagueiro Roque Júnior de volante, e quase toda a imprensa disse que o Brasil jogou com três zagueiros. Com frequência, acontecem situações parecidas.
O Cruzeiro melhorou a defesa após a entrada do zagueiro uruguaio Victorino e a presença de Marquinhos Paraná no meio-campo. Espero que hoje, fora de casa, Cuca não coloque um terceiro zagueiro ou recue tanto Marquinhos Paraná para ser um volante-zagueiro.
Os técnicos brasileiros, por medo e mau hábito, adoram escalar mais um defensor. Como os zagueiros brasileiros atuam muito atrás, encostados à grande área, o terceiro zagueiro fica sem função. Pior, o time perde um armador para marcar e iniciar as jogadas ofensivas.
No Santos, a escalação de Neymar pelo meio e a declaração de Adilson Batista de que é um desperdício colocar o jogador pelos lados podem ter contribuído para a demissão do técnico, o que não justificaria.
Neymar encantou a todos jogando pela esquerda, sem ser fixo, driblando em velocidade para os dois lados. Os melhores momentos de Robinho no futebol foram jogando dessa forma. Ronaldinho e Rivaldo, no Barcelona, foram eleitos os melhores do mundo atuando da esquerda para o meio. Pelo centro, os grandes meias têm menos espaço, jogam muito de costas para o gol e são mais facilmente marcados.
Já Messi cresceu quando passou da direita para o centro. Ele e o Barcelona atual são diferentes, exceções. Além disso, cada jogador tem de achar o melhor lugar e seu jeito de atuar. Neymar já tinha descoberto o seu, pela esquerda, o que Lucas ain- da não fez.
Contra o Palmeiras, Lucas foi coadjuvante. Parecia um jogador tático inglês, marcando pela direita muito atrás. Se quiser ser protagonista, Lucas, para apresentar sua velocidade, habilidade e força física, deveria, além de marcar, receber a bola mais adiantado, para driblar e trocar passes em direção ao gol.


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