São Paulo, domingo, 2 de março de 1997.

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VÔLEI DE PRAIA
Duplas femininas adotam a cidade em busca de técnicos e travar conhecimentos com outras jogadoras
`Ratos de areia' atraem duplas para o Rio

da Reportagem Local

A migração para o Rio é um fenômeno institucionalizado no vôlei feminino de praia.
Jogadoras de outros Estados se mudam para a cidade em busca dos técnicos ``ratos de praia'', que possam ensinar todos os artifícios para sobressair no esporte.
Das 12 duplas que disputam o Fanta Open, torneio amistoso que marca a abertura da temporada brasileira, 8 estão fixadas no Rio.
O Fanta Open está acontecendo numa arena montada defronte ao estádio do Pacaembu, zona central de São Paulo.
Entre elas as primeiras colocadas do ranking Adriana Behar e Shelda, além das olímpicas Mônica/Adriana e Jackie/Sandra.
``Não tem jeito, se você quiser pegar as manhas (conhecimento de pequenas técnicas) tem que ir morar lá. Os bons jogadores e os técnicos moram no Rio'', diz Ida, ex-seleção brasileira, que trocou a cidade de Santos, pela praia do Leme (zona sul carioca).
Desde a última temporada o contingente de cariocas foi acrescido de mais três duplas (veja quadro ao lado).
O grupo de migrantes reúne jogadoras de menor expressão como a mineira Rísia, que até 96 morava e treinava em Fortaleza.
``O Rio é mais perto de tudo. Os grandes eventos acontecem lá. É o lugar onde você pode aprender. Se eu ficasse no Nordeste minha carreira acabaria estagnando.''
A jogadora, que ainda não conta com patrocínio também tem planos de contratar um ``rato de praia'', quando possível.
Manter um técnico de bom nível, que acompanhe a dupla em dois períodos de treinos, não sai por menos de R$ 2.000,00.
Soma-se também os gastos com viagens e estádia quando da disputa de torneios.
``O técnico tem que estar acompanhado. Não tem jeito. Ele precisa está comparando o teu nível com o das outras'', diz Ida.
O grupo das ``resistentes'' é formado por duas duplas paulistas, Lu/Kika e Flávia/Luciana e duas duplas do Nordeste, Ivanise/Albetiza e Magda/Rejane.
Nesse caso, a transferência não acontece por razões diversas. Trocar de casa e falta de dinheiro são algumas. ``Mudar não é simples. Tem uma série de coisas que devem ser levadas em conta'', diz Kika. (JOSÉ ALAN DIAS)

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