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Paulistano prefere torneios nacionais
MELCHIADES FILHO
Editor de Esporte
O projeto de
criação de uma
Liga Nacional de
Futebol, com a
elite do esporte
brasileiro, parece ter o respaldo da cidade de São
Paulo.
Pesquisa Datafolha mostra que
os paulistanos adultos (acima de
16 anos) gostam mais de competições nacionais, e não do Estadual,
o torneio que lhes é mais próximo.
O Campeonato Paulista aparece
atrás da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro na ordem das
preferências.
Dos entrevistados, 90% disseram se interessar pela Copa do
Brasil; 64% declararam muito interesse.
O Campeonato Brasileiro recebeu o apoio de 88% -58% de torcedores mais ``fiéis''.
Já o Campeonato Paulista atrai o
interesse de 83% -50%.
O curioso é que o Datafolha ouviu os paulistanos no dia 31 de janeiro, uma semana antes do início
do Paulista e quando as contratações e novidades da competição
recebiam destaque na mídia.
(Se o ``timing'' da pesquisa pudesse beneficiar um dos torneios,
portanto, este seria o Estadual.)
Por isso, os números representam um golpe para a Federação
Paulista de Futebol, que nos últimos anos procurou revitalizar seu
campeonato.
Seu presidente, Eduardo José Farah, por gerir uma competição
rentável (talvez o único estadual a
dar lucros no país), virou uma espécie de ``líder moral'' daqueles
que resistem à idéia da Liga.
Duelo
Do outro lado do cabo-de-guerra, está o Clube dos 13, que reúne
as principais agremiações do país e
que aposta na Liga para reverter o
prejuízo das últimas temporadas.
Recentemente, o presidente da
Confederação Brasileira de Futebol alinhou-se a esse grupo.
Ricardo Teixeira sabe que algo
precisa mudar na situação do esporte. Vai tentar conduzir a Liga a
seu modo -e aproveita para estilingar as pretensões políticas de
seu arqui-rival, Farah.
A pesquisa do Datafolha, aliás,
evidencia um capítulo da briga Farah-Teixeira: a Copa do Brasil.
Criada há apenas sete anos e disputada no sistema mata-mata (eliminatório), a competição recebeu
uma ``injeção'' de Teixeira.
Em vez de incluir somente o
campeão e vice de cada Estado, como pedia o regulamento original,
a CBF passou, desde o ano passado, a convidar times de expressão.
As equipes concordaram com a
manobra. Toparam até a sobrecarga no calendário para correr
em busca da vaga na Libertadores
da América (principal competição
interclubes do continente) que o
título da Copa do Brasil garante.
No total, 13 times foram convidados para a edição 97 do torneio,
entre eles três paulistas.
Com cinco times do Estado na
copa, não é à toa que o interesse do
paulistano seja tão grande por ela.
Outro golpe para a escola regionalista de Farah: ressuscitado em
janeiro, o Rio-São Paulo faturou
nas bilheterias, mas ainda não emplacou com o torcedor -73% se
disseram interessados.
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