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Maioria reprova dirigentes e aceita clube-empresa
da Redação
Apenas 17%
dos paulistanos
se opõem à criação do clube-empresa,
uma das saídas
consideradas para a revitalização
do futebol brasileiro.
Atualmente, as
equipes fazem
parte de clubes
sociais, entidades de utilidade pública, supostamente sem fins lucrativos.
Esse regime estatutário, para
muitos, ajuda a perpetuar dirigentes incompetentes, em que as relações políticas têm imperado sobre
a eficiência administrativa.
A legislação em vigência também
beneficia os clubes com várias
isenções de impostos, entre eles o
Imposto de Renda.
Mesmo a evasão fiscal das taxas
cobradas virou realidade -como
o próprio presidente do Clube dos
13, Fábio Koff (Grêmio), admitiu
em entrevista à Folha.
Entre os patrocinadores consultados pela Folha na série País do
Futebol, há uma unanimidade.
Todos acreditam que os clubes
precisam ser reestruturados para
que o esporte se torne uma potência econômica no Brasil.
Minoria
A Europa tem indicado o caminho da privatização ou da gestão
profissionalizada -neste caso,
com o caixa fiscalizado periodicamente pelas confederações.
Hoje, no Brasil, dos 501 clubes
reconhecidos pela Confederação
Brasileira de Futebol, somente 2
são clubes-empresa.
Artífice da lei que tentou, sem
sucesso, modernizar o futebol, o
ex-jogador Zico foi o pioneiro.
Fundou o Rio de Janeiro Futebol
Clube Ltda, que estréia neste ano
na terceira divisão do Estadual.
A segunda iniciativa aconteceu
em Pernambuco. De uma parceria
entre empresários e universidade,
nasceu o Unibol, que debuta na segunda divisão estadual em 97.
A pesquisa do Datafolha mostra
que o paulistano dá sinal verde a
esse caminho. Dos ouvidos, 37%
acham que deveria ser obrigatória
a transformação dos clubes em
empresas. Segundo 42%, ela deveria ser facultativa.
Para 94% dos entrevistados, os
clubes profissionais não deveriam
receber benefícios fiscais.
Na opinião de 85%, os dirigentes
precisariam ser remunerados -e
encarar, assim, a função como um
emprego, e não uma ocupação que
lhe toma só parte do dia.
Culpa
No diagnóstico do paulistano,
cabe aos dirigentes dos clubes a
maior parcela de responsabilidade
pela má situação financeira do futebol -essa é a opinião de 36%.
Em segundo lugar no ranking
dos culpados, com 24%, aparecem
os dirigentes de federações -14%
apontam as federações estaduais;
10% acusam a CBF.
A administração clubística recebe a aprovação de apenas 23% dos
ouvidos (essa é a avaliação de ótimo/bom).
(MchF)
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