São Paulo, domingo, 02 de abril de 2006

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Na hora H, Paulista ri por último

Com São Paulo x Santos, torneio vê "decisão" inédita nos pontos corridos enquanto outros estaduais do país assistem a finais sem clássicos depois de optar por fórmulas mirabolantes

Ricardo Nogueira
Vanderlei Luxemburgo, que pode levar o Santos ao título após 21 anos, dá treino com Serginho Chulapa, o herói da taça de 1984


DA REPORTAGEM LOCAL

O campeonato "sem graça" vai ter a sua vingança hoje. Criticado por sua fórmula de pontos corridos, com poucos clássicos e sem decisão, o Paulista terá uma partida de gala, que pode definir o campeão. Já nos demais estaduais de primeira linha do país...
São Paulo x Santos farão no Morumbi o jogo com mais gente nas arquibancadas do domingo por todo o país -quase 70 mil ingressos foram colocados à venda, e quase dois terços deles haviam sido vendidos até anteontem.
O jogo foi apimentado por declarações dos dois lados.
Reúne os times com conquistas mais importantes no país nos últimos anos -o Santos faturou dois Brasileiros neste século e o São Paulo é o atual campeão sul-americano e mundial.
Com técnicos do batalhão da elite e elencos mais caros que a média nacional, a partida pode dar ao Santos o título, o quebraria jejum de 21 anos sem a taça.
Esta é a primeira vez que um confronto direto entre dois pretendentes ao título pode definir um Paulista ou um Brasileiro depois que a regra dos pontos corridos voltou a ser utilizada.
Um empate basta para o Santos. Se perder, vai fazer com que o Paulista tenha no próximo domingo o título sendo decidido em duas partidas fora da capital- Santos x Portuguesa e Ituano x São Paulo.
Uma revanche e tanto para quem teve no ano passado, na reestréia dos pontos corridos, um passeio do São Paulo e uma volta olímpica com duas rodadas de antecedência em um acanhado estádio do interior (Mogi Mirim). O clássico, aliás, era o mesmo São Paulo x Santos, mas com a equipe do litoral alinhando reservas.
Os outros Estados, que têm regulamentos feitos na medida para colocar os grandes na final, terão decisões bem menos glamourosas -a exceção é o Campeonato Gaúcho, onde Grêmio e Inter disputam a taça, mas o primeiro confronto aconteceu ontem.
O Rio vai ver o suburbano Madureira desafiar o Botafogo. Em Minas, é o Ipatinga que tem pinta de favorito diante do Cruzeiro. No Paraná, o Adap pega o Paraná depois de deixar Atlético-PR e Coritiba pelo caminho. Até no Pará o eterno confronto Remo e Paysandu não vai acontecer -o primeiro será substituído pelo interiorano Ananindeua na final.
O Paulista que acaba na próxima rodada teve emoções de sobra. Antes do Santos, Palmeiras, Noroeste e São Paulo foram líderes. "Desde o início eu falei que tinha equipes que estavam à nossa frente. Mas se a gente não queimasse etapas poderíamos conquistar o título", diz o técnico Vanderlei Luxemburgo, que busca com o Santos seu sexto Paulista por quatro times diferentes.
Com o público que o Morumbi deve receber hoje, os seis clássicos terão reunido quase 50 mil torcedores a mais do que em 2005.
A luta contra o rebaixamento também tem suspense -faltando duas rodadas, o único dos quatro condenados à segunda divisão definido é o Mogi Mirim.
Na "final" de hoje no Morumbi outro fator vai chamar a atenção para o Paulista.
O trio de arbitragem vai usar o mesmo sistema de comunicação que tanta confusão causou na semana passada no duelo Palmeiras x Corinthians.


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