São Paulo, domingo, 02 de abril de 2006

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DEFENSORES DEL CLÁSSICO

Na defesa, "la garantía" são eles

Lugano, Manzur e Maldonado se impõem com raça e aplicação

DA REPORTAGEM LOCAL

E DO ENVIADO A SANTOS

Dentro das grandes áreas do Morumbi, os atacantes de São Paulo e Santos vão travar discussões com beques aguerridos -e sotaques carregados.
Lugano, do lado do São Paulo, já é um exemplo bem-sucedido da garra hispano-americana. Apontado por muitos como o melhor zagueiro em atividade no país, ele agora terá com quem falar na mesma língua e prestígio quando for ao ataque.
Na melhor defesa do Paulista, com 16 gols sofridos, o Santos ostenta o paraguaio Manzur e o chileno Maldonado. Ambos são elogiados pelo treinador rival, Muricy Ramalho.
"O Manzur é do Paraguai, que tem os jogadores mais táticos do mundo. Já tive a oportunidade de comandá-los", afirma o são-paulino. "Já o Maldonado é aquele volante que não temos aqui [no São Paulo], que é verdadeiramente cabeça-de-área, que fica ali na entrada dando uma proteção forte."
Para Muricy, os brasileiros de seu elenco não ficam atrás, mas ele reconhece que há uma herança defensiva em países vizinhos. "O André Dias, por exemplo, é o nosso zagueiro mais seguro, mas é claro que o Uruguai e o Paraguai têm uma cultura forte de aplicação na defesa. Acaba contribuindo bastante para os jogadores daqui. É uma troca interessante", disse.
Lugano é um bom exemplo disso. Em entrevista, o zagueiro já demonstrou respeito enorme à figura do capitão Obdulio Varela, xerife uruguaio da Copa de 1950. E demonstra com palavras a mesma disposição do campo.
"Se um técnico tivesse que me motivar para que eu entrasse em campo, iria ficar irritado com ele. Ia achar que ele estava me chamando de "peito-frio" [sangue-de-barata]", disse Lugano, comentando as táticas de incentivo à equipe que Luxemburgo deverá usar hoje à tarde.
Declarações como essa transformaram Lugano em uma espécie de "deus da raça" são-paulino, unanimidade entre mulheres, que lhe dão status de símbolo sexual, e homens, que vêem nele exemplo de bravura.
Um status que ainda está longe de Manzur -em alta com a torcida pelo gol contra o Bragantino-, mas que já está sendo alcançado por Maldonado.
Destaque em clássicos, preciso nos desarmes e ameaçador nos chutes de média distância, o chileno têm a aprovação de Luxemburgo até para fazer parte de sua família -casou-se com uma das filhas do treinador.
Maldonado é o santista que melhor passa, segundo o Datafolha: seu índice de eficiência é de 93,2%. Ainda faz 13,1 desarmes por jogo e comete somente 1,7 falta a cada partida.
"Não me considero uma estrela, busco apenas dar o máximo de mim. Os jogadores brasileiros são técnicos, e é necessário compensar com muita vontade", falou o chileno. Manzur tem opinião parecida. "Para marcar os atacantes daqui, só mesmo lutando muito. O bom é que, quando você consegue, seu trabalho aparece." (MDA E TT)


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