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DEFENSORES DEL CLÁSSICO
Na defesa, "la garantía" são eles
Lugano, Manzur e Maldonado se impõem com raça e aplicação
DA REPORTAGEM LOCAL
E DO ENVIADO A SANTOS
Dentro das grandes áreas do
Morumbi, os atacantes de São
Paulo e Santos vão travar discussões com beques aguerridos
-e sotaques carregados.
Lugano, do lado do São Paulo,
já é um exemplo bem-sucedido
da garra hispano-americana.
Apontado por muitos como o
melhor zagueiro em atividade
no país, ele agora terá com
quem falar na mesma língua e
prestígio quando for ao ataque.
Na melhor defesa do Paulista,
com 16 gols sofridos, o Santos
ostenta o paraguaio Manzur e o
chileno Maldonado. Ambos são
elogiados pelo treinador rival,
Muricy Ramalho.
"O Manzur é do Paraguai, que
tem os jogadores mais táticos do
mundo. Já tive a oportunidade
de comandá-los", afirma o são-paulino. "Já o Maldonado é
aquele volante que não temos
aqui [no São Paulo], que é verdadeiramente cabeça-de-área,
que fica ali na entrada dando
uma proteção forte."
Para Muricy, os brasileiros de
seu elenco não ficam atrás, mas
ele reconhece que há uma herança defensiva em países vizinhos. "O André Dias, por exemplo, é o nosso zagueiro mais seguro, mas é claro que o Uruguai
e o Paraguai têm uma cultura
forte de aplicação na defesa.
Acaba contribuindo bastante
para os jogadores daqui. É uma
troca interessante", disse.
Lugano é um bom exemplo
disso. Em entrevista, o zagueiro
já demonstrou respeito enorme
à figura do capitão Obdulio Varela, xerife uruguaio da Copa de
1950. E demonstra com palavras
a mesma disposição do campo.
"Se um técnico tivesse que me
motivar para que eu entrasse
em campo, iria ficar irritado
com ele. Ia achar que ele estava
me chamando de "peito-frio"
[sangue-de-barata]", disse Lugano, comentando as táticas de
incentivo à equipe que Luxemburgo deverá usar hoje à tarde.
Declarações como essa transformaram Lugano em uma espécie de "deus da raça" são-paulino, unanimidade entre
mulheres, que lhe dão status de
símbolo sexual, e homens, que
vêem nele exemplo de bravura.
Um status que ainda está longe de Manzur -em alta com a
torcida pelo gol contra o Bragantino-, mas que já está sendo alcançado por Maldonado.
Destaque em clássicos, preciso nos desarmes e ameaçador
nos chutes de média distância, o
chileno têm a aprovação de Luxemburgo até para fazer parte
de sua família -casou-se com
uma das filhas do treinador.
Maldonado é o santista que
melhor passa, segundo o Datafolha: seu índice de eficiência é
de 93,2%. Ainda faz 13,1 desarmes por jogo e comete somente
1,7 falta a cada partida.
"Não me considero uma estrela, busco apenas dar o máximo de mim. Os jogadores brasileiros são técnicos, e é necessário compensar com muita vontade", falou o chileno. Manzur
tem opinião parecida. "Para
marcar os atacantes daqui, só
mesmo lutando muito. O bom é
que, quando você consegue, seu
trabalho aparece."
(MDA E TT)
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