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TAEKWONDO
Com bons resultados, modalidade consegue verba, troca de cartola e fecha temporada recorde no exterior
Ex-excluído, Brasil completa hoje ciclo histórico na Europa
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Hoje, em meio a 1.400 lutadores,
oito brasileiros irão completar o
último estágio do mais caro e ambicioso investimento feito no
taekwondo nacional.
Encabeçada por Natália Falavigna, que se sagrou campeã
mundial no ano passado, a equipe
fecha a participação no Aberto da
Bélgica e põe fim a 20 dias ininterruptos de treinos e competições
na Europa. Nunca na história da
modalidade o Brasil manteve
uma delegação tão numerosa
(além dos oito atletas, há mais
dois treinadores) por tanto tempo
no velho continente.
"Jamais havíamos disputado
duas etapas do Circuito Europeu,
com tantos taekwondistas, de forma consecutiva. É uma evolução e
tanto", diz o técnico da seleção
Fernando Madureira.
Para cumprir a jornada iniciada
no dia 14, quando chegou a Eindhoven (HOL) e logo disputou o
Aberto da Holanda -obteve três
bronzes-, a equipe consumirá
R$ 63,5 mil, a maior verba já investida para uma ação desse tipo
no taekwondo nacional.
O valor aplicado agora, fruto de
verba extra do Comitê Olímpico
Brasileiro à Confederação Brasileira de Taekwondo, corresponde
a 13,5% do montante que se estima que a modalidade irá receber
da Lei Piva neste ano.
"É um momento único. Hoje temos três equipes de elite. E estamos inaugurando nova sede para
o Pan-07", diz Valdemir Medeiros, vice-presidente da CBTKD.
Segundo os atletas, o maior
trunfo para a guinada no taekwondo é a entrada de Marcelino
Soares de Barros no departamento técnico da confederação, em
2001. Só a presença dele é um feito: é o primeiro brasileiro no cargo em 35 anos do esporte no país.
"A mudança foi na mentalidade
da administração", diz Marcelino,
enumerando fatores para o status
da modalidade: 1) a adoção de
uma equipe multidisciplinar para
preparar os atletas, 2) o pagamento de salários na seleção, 3) a adoção de seletivas para torneios e 4)
a contratação do técnico coreano
Pan Sun Chung, para acompanhar a seleção em eventos.
"Hoje o atleta, em vez de pagar
para competir e treinar, tem ajuda
de custo, R$ 700 em média", diz.
Uma de suas medidas foi ter
aberto uma conta na Caixa Econômica Federal em nome da
CBTKD para arrecadar fundos
para bancar projetos e viagens.
"Não dá para depender só da verba pública. Temos 300 mil praticantes no país. Se cada um depositar R$ 1, teremos 65% da verba
da Lei Piva. Se forem R$ 3, então...", diz Marcelino, revelando
que já juntou R$ 7.000.
Impulsionada ainda pelos quartos lugares em Atenas-04 -com
Natália Falavigna e Diogo Silva-
e o título mundial de 2005, a modalidade já chama a atenção do
COI, que destina US$ 300 (R$
650) por mês a três atletas do país.
"Já recebemos convites para
treinar com Turquia e Inglaterra.
Ao viajarmos com uma equipe,
impomos respeito", diz Natália.
Novas viagens estão previstas.
Com exceção de Diogo e Márcio
Venceslau, que ficarão na Europa
até o dia 11, a equipe volta ao Brasil na segunda e já terá seletivas
para o Mundial Universitário.
"Vamos fazer intercâmbios na
Argentina e na Coréia. E competir
no Vietnã", avisa Marcelino.
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