São Paulo, domingo, 02 de abril de 2006

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PINGUE-PONGUE

Para treinador, sobra técnica e falta corpo forte

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para acabar com a fama de tremer nas Copas do Mundo, a Espanha escolheu um técnico com muita experiência. O "sábio de Hortaleza" (região perto de Madri onde nasceu), como é conhecido Luis Aragonés, 67, ganhou títulos como jogador e treinador com o Atlético de Madrid. Também dirigiu o Barcelona. Está no comando da seleção desde 2004 e diz que do ponto de vista técnico sua equipe é uma das melhores do mundo. Mas ele gostaria de ter jogadores mais fortes na sua equipe. (AT)

Folha - Qual é o ponto forte da sua seleção espanhola? E o fraco?
Luis Aragonés -
Somos um dos melhores times sob o ponto de vista técnico. Acho que estamos entre os seis primeiros no mundo nesse aspecto. Por isso, nossa melhor arma é jogar bola, tratar bem dela. Porém, nossa condição física de base não é boa. Não temos jogadores com 1,90 m de altura nem temos uma capacidade no tórax [preparo físico] muito grande. Em definitivo, é o nosso calcanhar de Aquiles.

Folha - Por que a Espanha gera grandes expectativas nas Copas e depois é eliminada cedo?
Aragonés -
A Espanha é uma das cinco seleções que têm conseguido vaga consecutivamente nas últimas oito Copas. Isto demonstra que temos um bom nível. É verdade que nas Copas do Mundo e nos Europeus nos tem faltado algo, pela falta de solidariedade.

Folha - Os jogadores espanhóis não são valorizados demais?
Aragonés -
Temos grandes jogadores. É verdade que talvez falte um craque que seja determinante, mas nosso nível é muito bom. Na minha opinião os nossos jogadores são os melhores.

Folha - O que aconteceu no caso Henry [Aragonés foi flagrado falando coisas racistas em relação ao atacante francês do Arsenal]? É racista o futebol espanhol?
Aragonés -
Não gosto de falar disso, acho que já é um negócio do passado. A Espanha não é racista e também não o futebol espanhol. O que acontece é que se xinga o rival para o desequilibrar. A gente grita para o goleiro rival a partir do tiro de meta, ou para o jogador de cor ou para o que é gordo. Não tem a ver com racismo.


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