São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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Cúpulas ignoram diplomacia e brigam no estádio

Setor nobre do Morumbi é palco de confusão entre filho de de superintendente do São Paulo e diretores do Palmeiras

Diretor são-paulino nega participação, e palmeirenses dizem ter levado socos em tumulto que será apurado pelo Ministério Público

PAULO GALDIERI
TONI ASSIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Se dentro de campo o jogo transcorreu sem maiores problemas, ontem nas numeradas vermelhas uma briga generalizada envolveu dirigentes palmeirenses e são-paulinos.
Segundo José Carlos Vinitte, diretor de sede do Palmeiras, o filho do superintende de futebol Marco Aurélio Cunha, o adolescente João Cunha, foi o pivô da confusão ontem.
O dirigente palmeirense conta que o gol de empate marcado por Edmundo foi o motivo do bate-boca que acabou em agressão entre membros da cúpula dos arqui-rivais.
"O São Paulo fez o primeiro gol, e passamos a ser provocados. Quando comemoramos o empate, fomos empurrados e levamos socos. Não vimos nem o segundo gol do São Paulo. Depois, falam que o Morumbi é neutro", disse Vinitte, que foi ao Juizado Especial Criminal (Jecrim), instalado dentro do Morumbi, para prestar queixa.
Em seguida, Vinitte ainda atacou Cunha. "Ele gosta de dar declarações polêmicas e depois o filho dele provoca uma coisa dessas", completou.
O presidente do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do Palmeiras, Clemente Pereira Júnior, disse ter presenciado a briga e se queixou de sempre ser mal recebido em clássicos no estádio.
"Aqui no Morumbi é assim. Sempre temos problemas", disse Pereira Júnior, que também é auditor do TJD paulista.
Já o superintendente Marco Aurélio Cunha se defendeu. "Não vi se teve agressão porque não participei do tumulto, até porque eu sou uma pessoa pública. Se algum palmeirense se machucou ou se sentiu agredido, eu peço desculpas", disse.
Marcos Roberto dos Santos, chefe de segurança do clube, disse que Cunha estava no local, mas o isentou de participar da confusão. "Ele tentou apaziguar a situação", falou Santos.
O caso, no entanto, vai ser resolvido no Ministério Público. Segundo o promotor de justiça criminal Paulo Castilho, um dos designados para combater a violência nos estádios, José Carlos Vinitte depõe amanhã.
"Ele vai prestar declarações e, na seqüência, os envolvidos na confusão serão chamados", afirmou Castilho.
O promotor disse que o Termo de Ajustamento de Conduta será consultado. O acusados poderão responder por responsabilidade criminal, responsabilidade cível e ser multados. Os dirigentes podem até serem suspensos. "Acredito que com os desdobramentos tudo isso deva ser resolvido em até três semanas", disse Castilho.


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