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Cúpulas ignoram diplomacia e brigam no estádio
Setor nobre do Morumbi é palco de confusão entre filho de
de superintendente do São Paulo e diretores do Palmeiras
Diretor são-paulino nega
participação, e palmeirenses
dizem ter levado socos em
tumulto que será apurado
pelo Ministério Público
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Se dentro de campo o jogo
transcorreu sem maiores problemas, ontem nas numeradas
vermelhas uma briga generalizada envolveu dirigentes palmeirenses e são-paulinos.
Segundo José Carlos Vinitte,
diretor de sede do Palmeiras, o
filho do superintende de futebol Marco Aurélio Cunha, o
adolescente João Cunha, foi o
pivô da confusão ontem.
O dirigente palmeirense conta que o gol de empate marcado
por Edmundo foi o motivo do
bate-boca que acabou em
agressão entre membros da cúpula dos arqui-rivais.
"O São Paulo fez o primeiro
gol, e passamos a ser provocados. Quando comemoramos o
empate, fomos empurrados e
levamos socos. Não vimos nem
o segundo gol do São Paulo. Depois, falam que o Morumbi é
neutro", disse Vinitte, que foi
ao Juizado Especial Criminal
(Jecrim), instalado dentro do
Morumbi, para prestar queixa.
Em seguida, Vinitte ainda
atacou Cunha. "Ele gosta de dar
declarações polêmicas e depois
o filho dele provoca uma coisa
dessas", completou.
O presidente do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do Palmeiras, Clemente
Pereira Júnior, disse ter presenciado a briga e se queixou de
sempre ser mal recebido em
clássicos no estádio.
"Aqui no Morumbi é assim.
Sempre temos problemas", disse Pereira Júnior, que também
é auditor do TJD paulista.
Já o superintendente Marco
Aurélio Cunha se defendeu.
"Não vi se teve agressão porque
não participei do tumulto, até
porque eu sou uma pessoa pública. Se algum palmeirense se
machucou ou se sentiu agredido, eu peço desculpas", disse.
Marcos Roberto dos Santos,
chefe de segurança do clube,
disse que Cunha estava no local, mas o isentou de participar
da confusão. "Ele tentou apaziguar a situação", falou Santos.
O caso, no entanto, vai ser resolvido no Ministério Público.
Segundo o promotor de justiça
criminal Paulo Castilho, um
dos designados para combater
a violência nos estádios, José
Carlos Vinitte depõe amanhã.
"Ele vai prestar declarações
e, na seqüência, os envolvidos
na confusão serão chamados",
afirmou Castilho.
O promotor disse que o Termo de Ajustamento de Conduta será consultado. O acusados
poderão responder por responsabilidade criminal, responsabilidade cível e ser multados.
Os dirigentes podem até serem
suspensos. "Acredito que com
os desdobramentos tudo isso
deva ser resolvido em até três
semanas", disse Castilho.
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