São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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Phelps fatura sete ouros e faz história no Mundial

Nadador derruba marca de Ian Thorpe e planeja agora superar Mark Spitz

"Foi a melhor amostra do que podemos fazer em Pequim", afirma americano, que planeja quebrar recorde de ex-atleta na Olimpíada

MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL

Michael Phelps não se sentia bem pela manhã. No dia anterior, admitiu que começava a ficar cansado. Ansioso com seu desempenho, já havia recorrido até a pílulas para dormir.
Quando chegou à piscina da Rod Laver Arena, não acreditava estar pronto para a largada. Mas se jogou na água empurrado pela adrenalina.
Após 400 m de braçadas nos quatro estilos da natação, deu a derradeira prova de que está mais bem preparado do que nunca. E coroou sua atuação em Melbourne com mais um pódio. Tornou-se o mais vitorioso nadador em Mundiais.
Com a conquista dos 400 m medley, ontem, Phelps, 21, acumulou sete ouros no torneio e quebrou a marca de Ian Thorpe, que somara seis medalhas douradas em Fukuoka-2001.
De quebra, baixou em mais de dois segundos a melhor marca da prova, que já era sua -4min06s22. O norte-americano deixa a Austrália com cinco recordes mundiais, quatro deles em provas individuais.
O Mundial teve 15 tempos superados, o segundo melhor desempenho da história.
"Nadar um segundo ou mais abaixo de meu melhor tempo em algumas provas me chocou um pouco", disse o nadador.
A coleção de Phelps só não foi completa graças a um erro de Ian Crocker nos 4 x 100 m medley. Ele largou antes da hora, e o time foi eliminado. Pela primeira vez em Mundiais, os EUA não tiveram o revezamento na final. A Austrália foi ouro.
"Nem tudo pode ser perfeito. Temos de aprender com nossos erros. Melhor que aconteça agora do que no ano que vem [na Olimpíada]", disse Phelps.
Além de deixarem escapar um provável ouro, os norte-americanos ficaram chateados por atrapalhar o companheiro.
"Michael estava fazendo algo tão inédito que acho que todos estão um pouco desapontados", lamentou Neil Walker.
Em Pequim, o nadador tentará quebrar o recorde de Mark Spitz, sete vezes campeão olímpico em Munique-1972.
Para o ex-atleta, porém, atingir a marca na China será tarefa mais árdua do que a enfrentada em Melbourne. "Na Olimpíada, ele terá muito mais pressão. Eu me sinto orgulhoso de ser o limite que ele tem para superar e fico curioso em saber se ele conseguirá", declarou Spitz.
O rival que norte-americano tinha para bater em Melbourne nem sequer caiu na água. O australiano Ian Thorpe se aposentou e agora está envolvido em escândalo de doping.
Quando soube do fim da carreira do adversário, Phelps ficou amuado. Queria tê-lo como rival na busca pelas medalhas.
Antes mesmo de chegar a Melbourne, o nadador já dizia que estava mais rápido do que nunca e que poderia obter grandes feitos na competição.
Nos últimos anos, dedicou-se mais à musculação, ganhou massa e explosão. Também aprimorou seu nado submerso.
"Definitivamente foi um dos melhores campeonatos da minha vida. Foi a melhor amostra do que podemos fazer em Pequim. Era tudo o que eu podia pedir", afirmou Phelps.


Com agências internacionais


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