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Phelps fatura sete ouros e faz história no Mundial
Nadador derruba marca de Ian Thorpe e planeja agora superar Mark Spitz
"Foi a melhor amostra do que podemos fazer em Pequim", afirma americano, que planeja quebrar recorde de ex-atleta na Olimpíada
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Michael Phelps não se sentia
bem pela manhã. No dia anterior, admitiu que começava a ficar cansado. Ansioso com seu
desempenho, já havia recorrido
até a pílulas para dormir.
Quando chegou à piscina da
Rod Laver Arena, não acreditava estar pronto para a largada.
Mas se jogou na água empurrado pela adrenalina.
Após 400 m de braçadas nos
quatro estilos da natação, deu a
derradeira prova de que está
mais bem preparado do que
nunca. E coroou sua atuação
em Melbourne com mais um
pódio. Tornou-se o mais vitorioso nadador em Mundiais.
Com a conquista dos 400 m
medley, ontem, Phelps, 21, acumulou sete ouros no torneio e
quebrou a marca de Ian Thorpe, que somara seis medalhas
douradas em Fukuoka-2001.
De quebra, baixou em mais
de dois segundos a melhor marca da prova, que já era sua
-4min06s22. O norte-americano deixa a Austrália com cinco recordes mundiais, quatro
deles em provas individuais.
O Mundial teve 15 tempos
superados, o segundo melhor
desempenho da história.
"Nadar um segundo ou mais
abaixo de meu melhor tempo
em algumas provas me chocou
um pouco", disse o nadador.
A coleção de Phelps só não foi
completa graças a um erro de
Ian Crocker nos 4 x 100 m medley. Ele largou antes da hora, e
o time foi eliminado. Pela primeira vez em Mundiais, os
EUA não tiveram o revezamento na final. A Austrália foi ouro.
"Nem tudo pode ser perfeito.
Temos de aprender com nossos
erros. Melhor que aconteça
agora do que no ano que vem
[na Olimpíada]", disse Phelps.
Além de deixarem escapar
um provável ouro, os norte-americanos ficaram chateados
por atrapalhar o companheiro.
"Michael estava fazendo algo
tão inédito que acho que todos
estão um pouco desapontados", lamentou Neil Walker.
Em Pequim, o nadador tentará quebrar o recorde de Mark
Spitz, sete vezes campeão olímpico em Munique-1972.
Para o ex-atleta, porém, atingir a marca na China será tarefa
mais árdua do que a enfrentada
em Melbourne. "Na Olimpíada,
ele terá muito mais pressão. Eu
me sinto orgulhoso de ser o limite que ele tem para superar e
fico curioso em saber se ele
conseguirá", declarou Spitz.
O rival que norte-americano
tinha para bater em Melbourne
nem sequer caiu na água. O
australiano Ian Thorpe se aposentou e agora está envolvido
em escândalo de doping.
Quando soube do fim da carreira do adversário, Phelps ficou amuado. Queria tê-lo como
rival na busca pelas medalhas.
Antes mesmo de chegar a
Melbourne, o nadador já dizia
que estava mais rápido do que
nunca e que poderia obter
grandes feitos na competição.
Nos últimos anos, dedicou-se
mais à musculação, ganhou
massa e explosão. Também
aprimorou seu nado submerso.
"Definitivamente foi um dos
melhores campeonatos da minha vida. Foi a melhor amostra
do que podemos fazer em Pequim. Era tudo o que eu podia
pedir", afirmou Phelps.
Com agências internacionais
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