São Paulo, segunda-feira, 02 de abril de 2007

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Romário fatura, mas o 1.000 não sai

Atacante abocanha 30% do valor do novo patrocínio do Vasco, mas desperdiça três chances de anotar contra o Botafogo

Para evitar tumulto, PM manda abrir os portões na derrota vascaína no clássico, e agora ídolo aceita fazer gol histórico em São Januário

Antônio Gaudério/Folha Imagem
O atacante vascaíno Romário entra em campo para o clássico contra o Botafogo no Maracanã, que teve os portões abertos pela polícia pouco antes do início da partida, mas ficou sem o milésimo gol

SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO

O atacante Romário encheu o bolso, mas não conseguiu marcar ontem à noite o milésimo gol no gramado do Maracanã. O atleta de 41 anos desperdiçou pelo menos três boas chances de emplacar a marca histórica no lotado estádio.
A Polícia Militar foi obrigada a abrir os portões do Maracanã para evitar uma possível tragédia. Antes das 14h de ontem, todos os 59.829 ingressos para o clássico haviam sido vendidos.
"A pontaria hoje [ontem] não estava como tinha que estar. Vou partir para outra", afirmou o atacante, ao deixar o gramado depois da derrota para os botafoguenses, por 2 a 0.
Ele não escondeu a decepção e abriu mão de fazer o gol tão esperado no famoso estádio. "Agora, vou jogar onde for", disse Romário, que se recusou a pegar o Americano, na semana passada, em São Januário.
Pouco antes de entrar no vestiário, ele afirmou que jogaria "sem problemas" contra o Gama, em São Januário, quarta-feira, pela Copa do Brasil.
Os gols da vitória do Botafogo foram feitos pelo meia Lúcio Flávio, aos 14min do primeiro tempo, e pelo volante Túlio, aos 48min do segundo tempo. A vitória diante do Vasco foi festejada como um título pela torcida do Botafogo. O time está praticamente classificado para as finais da Taça Rio -tem 12 pontos no grupo A. Apesar da derrota, o Vasco segue líder de seu grupo, com dez pontos.
"Entrei para a história como queria, não levando o gol. Tomara que ele faça a partir de agora", disse o novato goleiro Júlio César, 19, do Botafogo, último jogador a deixar o campo.
Mesmo sem ter feito o milésimo gol, Romário faturou ontem. Antes de entrar em campo, ele recebeu cerca de 30% do valor pago pelo novo patrocinador do Vasco, que estreou na camisa do clube. Para estampar sua marca no uniforme dos vascaínos, o banco BMG pagou R$ 1,5 milhão. O patrocínio valerá nos jogos do time pelo Estadual do Rio e pela Copa do Brasil. A equipe de São Januário não tinha patrocinador desde 2000.
Romário ainda negocia com dois patrocinadores individuais -uma montadora de automóveis e uma multinacional do setor de limpeza -para faturar com a badalação do seu milésimo gol. Embora tenha recebido três propostas, o jogador se recusou a estampar uma marca nos seus pés. Ele preferiu pintar as chuteiras de preto.
Os torcedores enfrentaram muita confusão fora do estádio. Os cambistas vendiam cada bilhete de arquibancada por R$ 60, o dobro do preço oficial. Além disso, a entrada dos torcedores foi conturbada.
Para evitar uma tragédia, o major Marcelo Pessoa, chefe do policiamento no estádio, decidiu abrir os portões. Milhares de torcedores entraram sem pagar nada. A renda do clássico foi de R$ 927.455,00.


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