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Rodada turbina recuperação do Brasil
Triunfo sobre os peruanos, aliado a tropeços dos adversários, empurra a seleção para segundo posto nas eliminatórias
Jorge Araújo/Folha Imagem
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Luis Fabiano, Felipe Melo, Robinho, Kaká e Daniel Alves após o terceiro gol do Brasil, marcado pelo volante, na vitória sobre o Peru no Beira-Rio, em Porto Alegre, pelas eliminatórias da Copa-2010
Brasil 3
Peru 0
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Vista apenas pelo prisma dos
resultados, a seleção brasileira
teve ontem uma das mais lucrativas rodadas por eliminatórias
mundiais em muito tempo.
O time acordou na quarta posição e a cinco pontos do líder, o
Paraguai. Foi dormir, depois da
vitória sobre o Peru, por 3 a 0,
em Porto Alegre, no segundo
posto, a só a três pontos dos paraguaios, vantagem que pode
acabar em junho, quando os
dois times se enfrentam.
Dunga ainda viu a Argentina
sofrer um vexame histórico, ao
perder por 6 a 1, na altitude de
La Paz, para a Bolívia. O Brasil
tem agora dois pontos a mais
do que o maior rival -tinha um
a menos antes de ontem.
Mas nem todo mundo vê futebol como Dunga, para quem o
resultado vem sempre antes do
espetáculo. E o torcedor gaúcho esteve longe de delirar com
a vitória sobre os peruanos, os
lanternas das eliminatórias.
Primeiro pela própria atuação numa vitória conquistada
com um gol de pênalti e outro
em impedimento. Depois pela
demora do treinador em colocar Alexandre Pato, o preferido
da casa, que entrou em campo
aos 26min do segundo tempo.
O outro grande nome revelado no Estado teve uma noite de
ostracismo. Ronaldinho foi o
escolhido por Dunga para dar
lugar a Kaká. Em nenhum momento a torcida gritou por ele.
O Brasil sofreu com problemas médicos. Antes do jogo,
Marcelo foi vetado e deu lugar a
Kléber. Aos 12min, foi a vez de
Luisão sentir lesão muscular, o
que fez Dunga promover a estreia do são-paulino Miranda
com a camisa da seleção.
Desta vez, ao menos o time
manteve a posse de bola. E não
demorou para o gol sair. Aos
17min, Kaká foi derrubado dentro da área. Pênalti convertido
pelo atacante Luis Fabiano.
Para fazer o seu segundo gol
no jogo, e o sexto nas eliminatórias, Luis Fabiano contou
com a ajuda da arbitragem, que
não anotou impedimento em
lançamento de Daniel Alves antes de ele ajeitar no peito e chutar para ampliar o placar.
A vantagem era folgada, mas
o Brasil fazia um jogo burocrático que começou a irritar a torcida. Robinho foi o primeiro alvo. Aos 41min, depois de mais
um erro de passe, o Beira-Rio
pediu Alexandre Pato, revelado
pelo dono da casa, o Inter.
Na volta para o intervalo, o
Peru seguia sem ameaçar Júlio
César. Em compensação, o Brasil também pouco criava, e com
15 minutos as primeiras vaias
surgiram no Beira-Rio.
Com Robinho apagado, a seleção precisou de um volante
para fazer o terceiro. Aos
19min, Felipe Melo recuperou
a bola na intermediária, avançou aos trancos e deu um toque
por cima do goleiro, marcando
seu primeiro gol na seleção.
Logo depois dos visitantes
acertarem a trave de Júlio César, Dunga, para delírio da torcida, sacou Robinho para a entrada de Pato, que depois de
tanta espera pouco produziu.
As eliminatórias param agora por dois meses. Na volta, em
junho, o Brasil vai até Montevidéu enfrentar o ascendente
Uruguai e recebe, provavelmente em Recife, o Paraguai.
Jornalista Rodrigo Bueno
fala hoje, às 17h, sobre a
seleção nas eliminatórias
www.folha.com.br
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