São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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Rodada turbina recuperação do Brasil

Triunfo sobre os peruanos, aliado a tropeços dos adversários, empurra a seleção para segundo posto nas eliminatórias

Jorge Araújo/Folha Imagem
Luis Fabiano, Felipe Melo, Robinho, Kaká e Daniel Alves após o terceiro gol do Brasil, marcado pelo volante, na vitória sobre o Peru no Beira-Rio, em Porto Alegre, pelas eliminatórias da Copa-2010

Brasil 3
Peru 0

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PORTO ALEGRE
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Vista apenas pelo prisma dos resultados, a seleção brasileira teve ontem uma das mais lucrativas rodadas por eliminatórias mundiais em muito tempo.
O time acordou na quarta posição e a cinco pontos do líder, o Paraguai. Foi dormir, depois da vitória sobre o Peru, por 3 a 0, em Porto Alegre, no segundo posto, a só a três pontos dos paraguaios, vantagem que pode acabar em junho, quando os dois times se enfrentam.
Dunga ainda viu a Argentina sofrer um vexame histórico, ao perder por 6 a 1, na altitude de La Paz, para a Bolívia. O Brasil tem agora dois pontos a mais do que o maior rival -tinha um a menos antes de ontem.
Mas nem todo mundo vê futebol como Dunga, para quem o resultado vem sempre antes do espetáculo. E o torcedor gaúcho esteve longe de delirar com a vitória sobre os peruanos, os lanternas das eliminatórias.
Primeiro pela própria atuação numa vitória conquistada com um gol de pênalti e outro em impedimento. Depois pela demora do treinador em colocar Alexandre Pato, o preferido da casa, que entrou em campo aos 26min do segundo tempo.
O outro grande nome revelado no Estado teve uma noite de ostracismo. Ronaldinho foi o escolhido por Dunga para dar lugar a Kaká. Em nenhum momento a torcida gritou por ele.
O Brasil sofreu com problemas médicos. Antes do jogo, Marcelo foi vetado e deu lugar a Kléber. Aos 12min, foi a vez de Luisão sentir lesão muscular, o que fez Dunga promover a estreia do são-paulino Miranda com a camisa da seleção.
Desta vez, ao menos o time manteve a posse de bola. E não demorou para o gol sair. Aos 17min, Kaká foi derrubado dentro da área. Pênalti convertido pelo atacante Luis Fabiano.
Para fazer o seu segundo gol no jogo, e o sexto nas eliminatórias, Luis Fabiano contou com a ajuda da arbitragem, que não anotou impedimento em lançamento de Daniel Alves antes de ele ajeitar no peito e chutar para ampliar o placar.
A vantagem era folgada, mas o Brasil fazia um jogo burocrático que começou a irritar a torcida. Robinho foi o primeiro alvo. Aos 41min, depois de mais um erro de passe, o Beira-Rio pediu Alexandre Pato, revelado pelo dono da casa, o Inter.
Na volta para o intervalo, o Peru seguia sem ameaçar Júlio César. Em compensação, o Brasil também pouco criava, e com 15 minutos as primeiras vaias surgiram no Beira-Rio.
Com Robinho apagado, a seleção precisou de um volante para fazer o terceiro. Aos 19min, Felipe Melo recuperou a bola na intermediária, avançou aos trancos e deu um toque por cima do goleiro, marcando seu primeiro gol na seleção.
Logo depois dos visitantes acertarem a trave de Júlio César, Dunga, para delírio da torcida, sacou Robinho para a entrada de Pato, que depois de tanta espera pouco produziu.
As eliminatórias param agora por dois meses. Na volta, em junho, o Brasil vai até Montevidéu enfrentar o ascendente Uruguai e recebe, provavelmente em Recife, o Paraguai.



Jornalista Rodrigo Bueno fala hoje, às 17h, sobre a seleção nas eliminatórias www.folha.com.br


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