São Paulo, quinta-feira, 02 de abril de 2009

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C13 planeja resgatar os "órfãos" da Segundona

Entidade que congrega os 20 principais times do país estuda assumir a Série B

Após rompimento da CBF com a FBA, Clube dos 13 deve oferecer assentos em suas reuniões a clubes que ascenderam para a Série A

EDUARDO ARRUDA
DO PAINEL FC
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL

O rompimento da CBF com a FBA (Futebol Brasil Associados), que geria a Série B do Brasileiro, fez o Clube dos 13 articular movimento para abraçar as equipes que estavam ligadas comercialmente à entidade presidida por José Neves.
O presidente do C13 (associação que conta com os 20 times), Fábio Koff, já conversa com dirigentes de equipes de sua entidade e de fora. Se o projeto vingar, a ideia é que o C13 se transforme até em C40. Mas os novos filiados teriam peso menor.
O Corinthians, que disputou a Série B, e o Vasco, que a jogará neste ano, apoiam. Ontem, Koff se reuniu com o são-paulino Juvenal Juvêncio.
O clube tricolor, porém, vê com ressalvas a proposta. "Estamos afastados do C13, mas espero que, se isso acontecer, seja para diminuir o conflito de interesses que existe hoje", diz o diretor de futebol do clube, João Paulo de Jesus Lopes.
O C13 avalia que, com o fim da FBA, não há mais um fórum para a discussão das equipes de fora da entidade. A CBF, que assumiu o controle da Série B, vai só fazer os repasses financeiros do contrato com a TV Globo.
Com essa proposta, o C13 negociaria os contratos da primeira e da segunda divisão e avalia que teria mais força política para fazer reivindicações.
A CBF diz que, a princípio, não vê a ideia com bons olhos, mas que vai acatá-la, se essa for a vontade dos clubes.
"A gente conhece os dirigentes do C13 e sabe que são pessoas que sabem gerir", João Nilson Zunno, afirma o presidente do Avaí, que subiu neste ano para a Série A e pode ter assento no C13, assim como Santo André e Barueri.
O clube do ABC também aprova a medida. "Apesar de ser o primeiro momento do Santo André na Série A, é importante para melhorias no futebol, até nos estádios, o que é bom para a Copa-14", analisa o presidente Ronan Maria Pinto.
Pela proposta, os clubes não teriam assento imediato no grupo de elite, apenas os que estiverem na primeira divisão. Mas a entrada definitiva aconteceria se o clube se estabilizasse por um período, ainda a ser definido, na Série A. O estatuto do C13 prevê a entrada de novas equipes na entidade, que existe há mais de 20 anos.
""Sou totalmente favorável à aproximação do C13 aos clubes da Série B. É preciso que exista uma entidade para todos os clubes, uma espécie de subdivisão do C13 para comandar a Série B", diz Manuel da Lupa, presidente da Portuguesa, que é do C13, mas disputa a Série B.
""Da nossa parte, [a aproximação com o C13] é uma reivindicação muito antiga, essa segregação de clubes compromete a própria competição. Defendemos há tempos um tratamento mais igual e justo para os clubes brasileiros. Nós [da Ponte Preta] temos história, camisa e tradição", argumenta Sebastião Arcanjo, diretor de futebol da Ponte Preta, que também estará na Segundona.
O São Caetano, que chegou a ser uma das principais forças do país e hoje disputa a segunda divisão, mostra-se favorável.
""Sempre me relacionei bem com o pessoal do C13. Mas, se tiver uma aproximação maior, ótimo. Quando disputamos a Série A, vimos que o C13 negocia muito bem a questão dos direitos de televisão, talvez pudesse assumir isso da Série B, mesmo que nem todas as equipes sejam filiadas", declara Nairo Ferreira de Souza, presidente do São Caetano.


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