São Paulo, quinta-feira, 02 de maio de 2002

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Time ganha clássico após 1 ano, mas Corinthians decide a Copa do Brasil

São Paulo põe fim a tabu, mas é eliminado

Jorge Araújo/Folha Imagem
Dida celebra com Fábio Luciano a passagem do Corinthians à final da Copa do Brasil, que veio mesmo com derrota para o São Paulo


EDUARDO ARRUDA
RICARDO PERRONE


DA REPORTAGEM LOCAL

A dramaticidade de uma final marcou o primeiro confronto da maratona de três jogos que corintianos e são-paulinos enfrentarão em 15 dias. O São Paulo quebrou o seu jejum de um ano sem ganhar clássicos com uma vitória por 2 a 1, ontem, no Morumbi, que acabou colocando o Corinthians na final da Copa do Brasil.
A decisão será contra o Brasiliense, que eliminou o Atlético-MG. É a terceira vez que o time paulista vai decidir o título. Foi campeão em 1995, em cima do Grêmio, e vice em 2001 também contra o clube gaúcho.
O campeão da Copa do Brasil obtém uma vaga na Libertadores da América do ano que vem.
Os corintianos, que não tinham sido derrotados na capital neste ano, ficaram com a vaga pois venceram a partida anterior por 2 a 0. A eliminação volta a frustrar os são-paulinos, que não disputam uma Libertadores desde 1994.
O nervosismo gerado pelo jogo explodiu ao final da partida. Os jogadores do time de Nelsinho Baptista tentaram agredir o árbitro Wilson de Souza Mendonça, alegando que não houve a falta que originou o gol do adversário e que ele não teria dado o tempo correto de acréscimo.
Apesar da reclamação, o juiz deixou de dar um gol legítimo do corintiano Leandro na fase final.
Os dois times voltam a se enfrentar domingo, na primeira partida das finais do Rio-SP.
O primeiro confronto da decisão do Corinthians contra o Brasiliense deve ser na próxima quarta. O local será definido pela CBF por meio de um sorteio.
A eliminação são-paulina volta a piorar a situação do técnico do clube, Nelsinho Baptista, que havia aliviado o seu atrito com a diretoria ao classificar o time para a final do torneio regional.
Na semana passada, ele se antecipou aos dirigentes, que pretendiam anunciar a sua saída após a participação nos dois torneios, e afirmou que quer deixar o clube. Após o empate com o Palmeiras, chegou a admitir rever a decisão.
Com a vantagem de se classificar até com uma derrota por um gol de diferença, o Corinthians começou o jogo apostando na estratégia de atacar para evitar a pressão do rival. Nos momentos em que tinha dificuldade para finalizar, o time de Parreira trocava passes para prender a bola no campo de defesa do adversário.
Mas os erros nos passes proporcionaram vários contra-ataques são-paulinos, na maioria das vezes com perigo para Dida.
O time de Parreira teve mais dificuldade nos passes que o rival, que acertou 90,1% na etapa inicial, segundo o Datafolha. No mesmo período, os corintianos acertaram 85,8% dos passes.
Dessa forma, os dois times criaram juntos 13 chances de gol e estiveram perto de marcar no primeiro tempo do clássico.
Nos 45 minutos iniciais, foram oito finalizações do São Paulo contra cinco do Corinthians.
As principais jogadas são-paulinas passaram pelos pés de Kaká, que apesar de ser o substituto do atacante França, machucado, ajudou Adriano na armação, se movimentou pelas laterais e foi até o meio-campo buscar a bola.
O São Paulo voltou para o segundo tempo pressionando o rival e chegou ao gol logo aos 3min, com Reinaldo, após cobrança de escanteio feita por Adriano.
Nos primeiros 15 minutos da etapa final, os são-paulinos fizeram quatro faltas para interromper os ataques do adversário, que no mesmo período do jogo não cometeu infrações.
Após a cobrança de uma dessas faltas, Deivid empatou o jogo, aos 16min. Ele é o artilheiro da Copa do Brasil, com dez gols.
Os são-paulinos não desanimaram e marcaram o segundo três minutos depois, com Kaká.
A partida ficou ainda mais dramática, especialmente nos instantes finais, quando o goleiro Rogério lançou-se ao ataque e quase sofreu o segundo gol do rival. "Eu acho que perdemos a classificação no primeiro jogo", disse o goleiro são-paulino ao final do clássico.



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