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Djalminha ataca técnico espanhol e aumenta os problemas de Scolari
Nada ajuda a seleção a um mês do Mundial
DA REPORTAGEM LOCAL
Um ataque do meia Djalminha,
ontem, ao seu próprio treinador,
Javier Irureta, do Deportivo La
Coruña, atingiu simultaneamente
a seleção brasileira.
A menos de um mês do início
da Copa do Mundo, o incidente
envolvendo o controvertido jogador, nome quase certo na lista de
23 atletas que Luiz Felipe Scolari
levará para o Mundial da Ásia, é
apenas mais um de uma série de
problemas enfrentados pelo técnico para montar o time nacional.
Vários dos prováveis convocados enfrentam problemas de contusões ou de limitações físicas, entre eles os maiores astros da equipe, Ronaldo e Rivaldo.
Apesar de ter voltado a marcar
gols, o atacante da Internazionale
de Milão ainda se ressente dos três
meses de inatividade e tem queixas de fadiga muscular.
O próprio Ronaldo admite que
ainda não está em condições de
atuar 90 minutos. Quando isso
aconteceu, às vésperas do amistoso contra Portugal, o jogador teve
fortes cãibras.
Rivaldo preocupa tanto ou mais
a comissão técnica da seleção.
Com lesões no joelho direito e no
tornozelo esquerdo, o meia-atacante do Barcelona acionou um
fisioterapeuta particular para deixá-lo em condições de disputar o
Mundial Coréia/Japão e as semifinais da Copa dos Campeões.
Para o torneio europeu, não
adiantou: Rivaldo não pôde jogar
nenhuma das duas partidas, e o
Barcelona foi eliminado ontem
pelo arqui-rival Real Madrid.
Por tabela, o jogador melindrou
Scolari, para quem os profissionais da comissão técnica da seleção é que deveriam tratar dos atletas que vão à Copa.
Além de Ronaldo e Rivaldo,
Luizão é uma incógnita para o
Mundial. O atacante do Grêmio se
recuperou recentemente de uma
toxoplasmose (doença infecciosa) e, antes disso, teve contusões
no joelho e lesões musculares.
Caso não possa ir ao Mundial,
França poderia ser utilizado, mas
o atacante são-paulino também se
machucou. Outros atletas, como
Roque Júnior, têm lesões crônicas
(no púbis, no caso do zagueiro)
que podem atrapalhar na Copa.
Como fosse pouco, a fase final
de torneios europeus e brasileiros
farão com que Scolari inicie a preparação para a Copa com desfalques. Dois titulares da seleção,
Lúcio e Roberto Carlos, só se juntarão ao time nacional após a decisão da Copa dos Campeões, em
15 de maio, entre o time do zagueiro (Bayer Leverkusen) e o do
lateral-esquerdo (Real Madrid).
O segundo jogo final da Copa
do Brasil, que pode ter dois times
com convocáveis, também está
marcada para o próximo dia 15.
Enquanto lamenta os problemas, Scolari assiste à campanha
pela inclusão de Romário no time
-que é mais forte no Rio, mas
perdura em outros Estados e até
em outros países, como Cuba.
Entre tantas dores de cabeça, a
de Djalminha pode ser uma das
mais sérias para o técnico, pois diz
respeito à disciplina, algo sagrado
para Scolari -que levou o atleta
de volta à seleção após uma espécie de boicote dos últimos técnicos, que o ligavam a encrenca.
O ataque, registrado por cinegrafistas e fotógrafos espanhóis e
classificado pela mídia do país como uma cabeçada, foi negado pelo jogador (leia texto ao lado).
O episódio ocorreu no treino de
ontem do La Coruña, depois da
marcação de um pênalti contra o
time de Djalminha. Irritado, o
meia tentou várias vezes impedir
a cobrança e acabou partindo para cima de seu treinador.
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