São Paulo, quinta-feira, 02 de maio de 2002

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Djalminha ataca técnico espanhol e aumenta os problemas de Scolari

Nada ajuda a seleção a um mês do Mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

Um ataque do meia Djalminha, ontem, ao seu próprio treinador, Javier Irureta, do Deportivo La Coruña, atingiu simultaneamente a seleção brasileira.
A menos de um mês do início da Copa do Mundo, o incidente envolvendo o controvertido jogador, nome quase certo na lista de 23 atletas que Luiz Felipe Scolari levará para o Mundial da Ásia, é apenas mais um de uma série de problemas enfrentados pelo técnico para montar o time nacional.
Vários dos prováveis convocados enfrentam problemas de contusões ou de limitações físicas, entre eles os maiores astros da equipe, Ronaldo e Rivaldo.
Apesar de ter voltado a marcar gols, o atacante da Internazionale de Milão ainda se ressente dos três meses de inatividade e tem queixas de fadiga muscular.
O próprio Ronaldo admite que ainda não está em condições de atuar 90 minutos. Quando isso aconteceu, às vésperas do amistoso contra Portugal, o jogador teve fortes cãibras.
Rivaldo preocupa tanto ou mais a comissão técnica da seleção. Com lesões no joelho direito e no tornozelo esquerdo, o meia-atacante do Barcelona acionou um fisioterapeuta particular para deixá-lo em condições de disputar o Mundial Coréia/Japão e as semifinais da Copa dos Campeões.
Para o torneio europeu, não adiantou: Rivaldo não pôde jogar nenhuma das duas partidas, e o Barcelona foi eliminado ontem pelo arqui-rival Real Madrid.
Por tabela, o jogador melindrou Scolari, para quem os profissionais da comissão técnica da seleção é que deveriam tratar dos atletas que vão à Copa.
Além de Ronaldo e Rivaldo, Luizão é uma incógnita para o Mundial. O atacante do Grêmio se recuperou recentemente de uma toxoplasmose (doença infecciosa) e, antes disso, teve contusões no joelho e lesões musculares.
Caso não possa ir ao Mundial, França poderia ser utilizado, mas o atacante são-paulino também se machucou. Outros atletas, como Roque Júnior, têm lesões crônicas (no púbis, no caso do zagueiro) que podem atrapalhar na Copa.
Como fosse pouco, a fase final de torneios europeus e brasileiros farão com que Scolari inicie a preparação para a Copa com desfalques. Dois titulares da seleção, Lúcio e Roberto Carlos, só se juntarão ao time nacional após a decisão da Copa dos Campeões, em 15 de maio, entre o time do zagueiro (Bayer Leverkusen) e o do lateral-esquerdo (Real Madrid).
O segundo jogo final da Copa do Brasil, que pode ter dois times com convocáveis, também está marcada para o próximo dia 15.
Enquanto lamenta os problemas, Scolari assiste à campanha pela inclusão de Romário no time -que é mais forte no Rio, mas perdura em outros Estados e até em outros países, como Cuba.
Entre tantas dores de cabeça, a de Djalminha pode ser uma das mais sérias para o técnico, pois diz respeito à disciplina, algo sagrado para Scolari -que levou o atleta de volta à seleção após uma espécie de boicote dos últimos técnicos, que o ligavam a encrenca.
O ataque, registrado por cinegrafistas e fotógrafos espanhóis e classificado pela mídia do país como uma cabeçada, foi negado pelo jogador (leia texto ao lado).
O episódio ocorreu no treino de ontem do La Coruña, depois da marcação de um pênalti contra o time de Djalminha. Irritado, o meia tentou várias vezes impedir a cobrança e acabou partindo para cima de seu treinador.


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