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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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Era Parreira faz seleção resgatar resultado sepultado com Scolari

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GUADALAJARA

A terceira era Parreira na seleção começou sob o símbolo de um resultado que ficou praticamente sepultado durante o reinado de Luiz Felipe Scolari.
Em apenas três jogos sob o atual comando, o Brasil já acumula dois insossos empates, ambos em 0 a 0 -o último anteontem, contra o México, em Guadalajara, quando o time finalizou pela primeira vez apenas aos 13min da segunda etapa. Além dos empates, o novo time de Parreira perdeu uma vez, para Portugal, por 2 a 1.
Na época do treinador gaúcho, que chegou à seleção com fama de retranqueiro, o Brasil empatou apenas uma vez em 26 jogos.
O solitário empate ainda aconteceu apenas na 16ª partida da gestão Scolari e, ao contrário dos jogos com Parreira, teve gols -1 a 1 contra a seleção portuguesa.
Mesmo herdando praticamente o mesmo time que ganhou o pentacampeoanto, Carlos Alberto Parreira vê a equipe naufragar no ataque. A produção ofensiva da seleção com ele é de 0,33 gol por partida. Na gestão Scolari, essa marca bateu nos 2,27.
A falta de vitórias e gols não incomodam Parreira, que se despediu da seleção na vez anterior que trabalhou lá também com um 0 a 0, na decisão da Copa-94.
"Isso não preocupa, pois sabemos o potencial do futebol brasileiro", afirma o treinador, que considera ter "pé-de-obra" à vontade para obter sucesso no seu trabalho à frente da seleção.
"O Brasil é o país do futebol. Temos condições de fazer três equipes. Quando tivermos tempo para descansar e treinar, o Brasil vai voltar a ser o melhor em campo", completa Parreira, que continua colocando os amistosos e até mesmo a oficial Copa das Confederações como simples treinamentos.
"A qualidade do futebol brasileiro e desses atletas não está em jogo", diz o treinador, que espera começar as eliminatórias para a Copa-2006, em setembro, com um grupo bem definido.
Pelos planos de Parreira, o ideal é o Brasil ter um grupo de 25 atletas para a longa disputa do qualificatório sul-americano, que só vai acabar em 2005 e terá, para cada equipe, 18 jogos.
Entre os jogadores, a má fase da seleção é causada pelo desgaste do final da temporada européia, pelas longas viagens e pelo azar.
"As jogadas e as finalizações estão saindo, mas está faltando sorte", define o meia Kleberson.
Para reverter o quadro ruim, Parreira deve apostar em um grupo bem diferente dos últimos jogos. Em Guadalajara, o treinador mostrou mais uma vez que pretende poupar vários "medalhões" na Copa das Confederações. Assim, o Brasil deve ter uma equipe com bastante gente que atua no Brasileiro-2003, que continua a bater recorde de gols.



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