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São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2003

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"Morenos tontos como bêbados no Carnaval"

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha ouviu, pela internet, a transmissão de River Plate x Corinthians da rádio Mitre, da Argentina, para conferir o "outro lado" da rivalidade futebolística entre os vizinhos. A Mitre, ligada ao grupo Clarín, é a AM mais ouvida no país.
O narrador, pelo que parecia, fazia parte do River. "Nós estamos melhores que eles", dizia, na segunda pessoa do plural, quando o time pressionava o gol de Doni no começo do jogo.
O Corinthians já havia chutado duas bolas perigosas, mas do locutor vinha a informação: "Eles vieram medrosos. Só o River teve chance de marcar".
Quando Anderson dançou diante da habilidade de D'Alessandro, a gozação. "Anderson parece lotado de caipirinha, querendo bailar", analisou o comentarista. Mas o melhor viria mesmo no segundo tempo.
O Corinthians fez 1 a 0 sem que o narrador gritasse gol, simplesmente informado. "A bola cruzada de Rogério espirrou na zaga, e em um chute de Wagner veio o tormento. Depois da expulsão de Husain, o Corinthians encontrou o gol."
Quando comentarista e narrador chegavam à conclusão de que o River precisava "encontrar sua alma", Kléber foi expulso e reavivou o ânimo argentino. "Gritem, gritem, caramba", exigiam da torcida no Monumental. "Eles querem samba, mas vão ouvir tango."
González então sofreu falta perto da área, e o comentarista atropelou o narrador para berrar "é tiro livre, é tiro livre", pressentindo o gol de D'Alessandro, gritado por 30 segundos, em três tempos. "O River acabou com a alegria brasileira. Os "morenos" ficaram tontos como bêbados no Carnaval", disse o narrador, abrindo mão do tradicional "macaquitos".



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