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"Morenos tontos como bêbados no Carnaval"
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Folha ouviu, pela internet,
a transmissão de River Plate x
Corinthians da rádio Mitre, da
Argentina, para conferir o "outro lado" da rivalidade futebolística entre os vizinhos. A Mitre, ligada ao grupo Clarín, é a
AM mais ouvida no país.
O narrador, pelo que parecia,
fazia parte do River. "Nós estamos melhores que eles", dizia,
na segunda pessoa do plural,
quando o time pressionava o
gol de Doni no começo do jogo.
O Corinthians já havia chutado duas bolas perigosas, mas
do locutor vinha a informação:
"Eles vieram medrosos. Só o
River teve chance de marcar".
Quando Anderson dançou
diante da habilidade de D'Alessandro, a gozação. "Anderson
parece lotado de caipirinha,
querendo bailar", analisou o
comentarista. Mas o melhor viria mesmo no segundo tempo.
O Corinthians fez 1 a 0 sem
que o narrador gritasse gol,
simplesmente informado. "A
bola cruzada de Rogério espirrou na zaga, e em um chute de
Wagner veio o tormento. Depois da expulsão de Husain, o
Corinthians encontrou o gol."
Quando comentarista e narrador chegavam à conclusão de
que o River precisava "encontrar sua alma", Kléber foi expulso e reavivou o ânimo argentino. "Gritem, gritem, caramba", exigiam da torcida no
Monumental. "Eles querem
samba, mas vão ouvir tango."
González então sofreu falta
perto da área, e o comentarista
atropelou o narrador para berrar "é tiro livre, é tiro livre",
pressentindo o gol de D'Alessandro, gritado por 30 segundos, em três tempos. "O River
acabou com a alegria brasileira.
Os "morenos" ficaram tontos
como bêbados no Carnaval",
disse o narrador, abrindo mão
do tradicional "macaquitos".
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