São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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ATLETISMO

Evento de São Paulo, última chance para definição de vaga olímpica, condiciona pagamento à obtenção de marcas

Maratona cria prêmio por produtividade

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Prazo final para os brasileiros garantirem classificação olímpica, a 10ª Maratona de São Paulo dá largada hoje, nas ruas da capital paulista, com uma inovação inusitada: alguns prêmios só serão pagos caso os competidores atinjam determinada marca.
Os cinco primeiros colocados do masculino e do feminino terão sua premiação garantida. No entanto os atletas que chegarem entre sexto e décimo lugar terão que atingir uma meta. Se não cumprirem o percurso em menos de 2h21min, no caso dos homens, e 2h43min, para as mulheres, voltarão para casa com as mãos vazias.
"Isso não é prêmio, é castigo", reclama Henrique Viana, técnico de Alex Januário e William Amorim. "Não conheço nada semelhante no mundo. Em algumas provas, o atleta que recebe cachê ganha um bônus se conseguir um certo tempo. Mas retirar dinheiro do competidor é novo para mim."
Essa regra de premiação foi introduzida neste ano. Se tivesse sido seguida em 2003, quando a maratona teve percurso idêntico, nenhum corredor que chegou entre o sexto e o décimo lugar receberia os R$ 1.000 de premiação.
"Achei estranho ter um tempo estipulado. Se o cara chegar em sexto lugar, tem que receber seu prêmio", defende José Teles, quinto colocado no ano passado, com o tempo de 2h20min54s.
Segundo a organização, porém, os atletas aprovaram a iniciativa. "Eles acharam motivadora a nova regra, já que estimula a obtenção de melhores índices", afirma Thadeus Kassabian, diretor da Yescom, organizadora da maratona.
Polêmicas à parte, hoje é o prazo final para a definição dos brasileiros que correrão a maratona nos Jogos de Atenas. Por ora, os classificados são Vanderlei Cordeiro de Lima, André Luiz Ramos e Rômulo Wagner da Silva. No feminino, Márcia Narloch e Marlene Fortunato já atingiram o índice.
Para um competidor ficar com a vaga olímpica, terá que ao menos baixar a marca de Silva na Maratona de Roterdã (2h11min28s). Somente três atletas de cada país podem competir na Olimpíada.
"Vai ser difícil conseguir isso, não posso negar. Mas não é impossível", crê Genílson Júnior Silva, atual campeão da prova.
Entre as mulheres a competitividade é menor. Para ir à Grécia, basta a atleta obter o índice olímpico (2h37min). "Minha meta é fazer a prova em 2h35min. Não medi esforços em minha preparação", conta Maria do Carmo Arruda, vencedora do ano passado.


NA TV - Globo, ao vivo, a partir das 8h20


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