São Paulo, sexta-feira, 02 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

caseiro

Luxemburgo vira técnico de Paulista

Desde que retornou da Espanha, há dois anos e meio, o agora palmeirense conseguiu ser campeão apenas no Estadual

Treinador soma 6 fracassos fora das fronteiras de São Paulo, onde, no sistema de mata-mata, foi capaz de bater só adversários nanicos

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Craque no Campeonato Paulista. Mediano no, quase sempre mais importante, resto.
É assim a trajetória do técnico Vanderlei Luxemburgo depois que ele voltou da Espanha, onde ficou por um só ano no Real Madrid, em 2005.
No mais tradicional Estadual do país, ele reina absoluto. Domingo, pode até perder por diferença de um gol com o Palmeiras para a Ponte Preta que irá conquistar um tricampeonato pessoal -ganhou com o Santos em 2006 e 2007.
Tem ainda a chance de ganhar o campeonato pela oitava vez, igualando-se ao ex-santista Lula como o maior vencedor do centenário torneio.
Desde que voltou da Europa, seu aproveitamento no Paulista está em 75%. Perdeu apenas 16% dos jogos que disputou.
Bem diferente das demais competições em que dirigiu Santos e Palmeiras. A eliminação da Copa do Brasil-08, anteontem, diante do Sport, foi o sexto fracasso seguido de Luxemburgo desde 2006 em torneios que ultrapassam as fronteiras de São Paulo.
Fora do Paulista, o aproveitamento dos times do Luxemburgo pós-Espanha cai para 59%. A chance de derrota quase dobra em relação ao Estadual -perdeu 27% das partidas que disputou por Copa do Brasil, Brasileiro, Sul-Americana e Libertadores da América.
Números bem diferentes da maior parte da carreira do treinador. Foi justamente o desempenho em competições nacionais que fez o Real Madrid se interessar por ele.
Em 2003 e 2004, Luxemburgo ganhou o Brasileiro duas vezes (na carreira toda tem cinco taças da competição) e uma a Copa do Brasil, quando mata-mata não era um problema tão grande para ele como vem acontecendo nos últimos dois anos e meio.
Vencer em séries eliminatórias como visitante longe de São Paulo virou um tormento para Luxemburgo. Foram 12 jogos assim valendo por Libertadores, Sul-Americana ou Copa do Brasil na era pós-Espanha. Os times comandados pelo treinador só conseguiram vencer três vezes, sempre contra oponentes absolutamente modestos -URT, de Minas Gerais, Cene, do Mato Grosso do Sul, e o Central, de Pernambuco.
Com o Santos, em 2006, na Copa do Brasil, Luxemburgo não conseguiu vencer como visitante nem o Sergipe (0 a 0). Também não foi capaz de bater o Caracas, da Venezuela, na Libertadores do ano passado.
No Campeonato Paulista, porém, Luxemburgo vira rei.
Logo quando voltou da Espanha, ganhou o primeiro título com o Santos ainda no sistema de pontos corridos.
No ano passado, foi disparado o melhor da fase de classificação. No mata-mata, penou, empatando duas vezes com o Bragantino nas semifinais e perdendo uma vez e vencendo outra diante do São Caetano na decisão. Em ambos os casos, foi beneficiado por ter a melhor campanha na fase inicial.
Agora, no Palmeiras, foi o segundo da primeira fase, atrás do Guaratinguetá, mas bateu o São Paulo na semifinal e já ganhou como visitante o primeiro da decisão diante da Ponte Preta, em Campinas.
No domingo, Luxemburgo se despede do Paulista neste ano. No final de semana seguinte, seu time estréia no Campeonato Brasileiro. Mais uma chance para Luxemburgo, o mais bem remunerado treinador do país e chefe do elenco que mais investimentos recebeu para a temporada, voltar a ser craque fora de São Paulo.


Texto Anterior: Painel FC
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.