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Luxemburgo vira técnico de Paulista
Desde que retornou da Espanha, há dois anos e meio, o agora palmeirense conseguiu ser campeão apenas no Estadual
Treinador soma 6 fracassos fora das fronteiras de São
Paulo, onde, no sistema de mata-mata, foi capaz de
bater só adversários nanicos
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Craque no Campeonato Paulista. Mediano no, quase sempre mais importante, resto.
É assim a trajetória do técnico Vanderlei Luxemburgo depois que ele voltou da Espanha,
onde ficou por um só ano no
Real Madrid, em 2005.
No mais tradicional Estadual
do país, ele reina absoluto. Domingo, pode até perder por diferença de um gol com o Palmeiras para a Ponte Preta que
irá conquistar um tricampeonato pessoal -ganhou com o
Santos em 2006 e 2007.
Tem ainda a chance de ganhar o campeonato pela oitava
vez, igualando-se ao ex-santista
Lula como o maior vencedor do
centenário torneio.
Desde que voltou da Europa,
seu aproveitamento no Paulista está em 75%. Perdeu apenas
16% dos jogos que disputou.
Bem diferente das demais
competições em que dirigiu
Santos e Palmeiras. A eliminação da Copa do Brasil-08, anteontem, diante do Sport, foi o
sexto fracasso seguido de Luxemburgo desde 2006 em torneios que ultrapassam as fronteiras de São Paulo.
Fora do Paulista, o aproveitamento dos times do Luxemburgo pós-Espanha cai para 59%. A
chance de derrota quase dobra
em relação ao Estadual -perdeu 27% das partidas que disputou por Copa do Brasil, Brasileiro, Sul-Americana e Libertadores da América.
Números bem diferentes da
maior parte da carreira do treinador. Foi justamente o desempenho em competições nacionais que fez o Real Madrid se
interessar por ele.
Em 2003 e 2004, Luxemburgo ganhou o Brasileiro duas vezes (na carreira toda tem cinco
taças da competição) e uma a
Copa do Brasil, quando mata-mata não era um problema tão
grande para ele como vem
acontecendo nos últimos dois
anos e meio.
Vencer em séries eliminatórias como visitante longe de
São Paulo virou um tormento
para Luxemburgo. Foram 12
jogos assim valendo por Libertadores, Sul-Americana ou Copa do Brasil na era pós-Espanha. Os times comandados pelo
treinador só conseguiram vencer três vezes, sempre contra
oponentes absolutamente modestos -URT, de Minas Gerais,
Cene, do Mato Grosso do Sul, e
o Central, de Pernambuco.
Com o Santos, em 2006, na
Copa do Brasil, Luxemburgo
não conseguiu vencer como visitante nem o Sergipe (0 a 0).
Também não foi capaz de bater
o Caracas, da Venezuela, na Libertadores do ano passado.
No Campeonato Paulista,
porém, Luxemburgo vira rei.
Logo quando voltou da Espanha, ganhou o primeiro título
com o Santos ainda no sistema
de pontos corridos.
No ano passado, foi disparado o melhor da fase de classificação. No mata-mata, penou,
empatando duas vezes com o
Bragantino nas semifinais e
perdendo uma vez e vencendo
outra diante do São Caetano na
decisão. Em ambos os casos, foi
beneficiado por ter a melhor
campanha na fase inicial.
Agora, no Palmeiras, foi o segundo da primeira fase, atrás
do Guaratinguetá, mas bateu o
São Paulo na semifinal e já ganhou como visitante o primeiro
da decisão diante da Ponte Preta, em Campinas.
No domingo, Luxemburgo se
despede do Paulista neste ano.
No final de semana seguinte,
seu time estréia no Campeonato Brasileiro. Mais uma chance
para Luxemburgo, o mais bem
remunerado treinador do país
e chefe do elenco que mais investimentos recebeu para a
temporada, voltar a ser craque
fora de São Paulo.
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